Live da ADUFRGS-Sindical debate cortes orçamentários no Ministério da Ciência e Tecnologia

ADUFRGS-Sindical promove live sobre os cortes orçamentários no Ministério da Ciência e Tecnologi. Assista aqui
O debate virtual realizado pela ADUFRGS-Sindical, dia 15 de outubro, avaliou os impactos dos cortes orçamentários no Ministério da Ciência e Tecnologia para as Instituições Federais de Ensino Superior. A atividade foi realizada após a medida articulada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que determina a transferência de 90% dos recursos, que seriam destinados a bolsas e apoio à pesquisa, para outros ministérios.

Participaram do debate o professor Jefferson Cardia Simões, vice-Pró-Reitor de Pesquisa da UFRGS, a professora Dinara Jaqueline Moura, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFCSPA, a professora Marilia Bossle, Pró-Reitora adjunta de Pesquisa e Pós-Graduação do IFRS e o professor Vinicius Martins, Pró-Reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do IFSul. A mediação foi conduzida pelo professor Lúcio Vieira, presidente da ADUFRGS-Sindical.
O presidente Lúcio abriu o debate destacando a contribuição cientifica para esse momento pandêmico. “A ciência tem contribuído positivamente durante esse momento doloroso que a humanidade enfrenta, especialmente no Brasil, que contabilizou mais de 600 mil mortes por Covid-19. Esse número de mortes poderia ter sido evitado se não fosse a política negacionista do governo federal, despreocupada com a compra de vacinas e as medidas de segurança sanitária”, ressaltou.
A professora Dinara Moura da UFCSPA avaliou que o corte de recursos orçamentários compromete diretamente os editais lançados, que aguardam investimento de R$ 200 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia. “O Programa Ciência na Escola e os programas de doutorado para inovação foram comprometidos. Esse corte impacta em toda a comunidade científica. É um prejuízo incalculável”, considerou. “Projetos de pesquisa nas áreas de saneamento, clima, crise de recursos hídricos, aplicação de testes de Covid-19 no SUS, programas de recuperação de pacientes com Covid ficam inviabilizados”, contestou.
O professor Vinícius do IFSUL comentou que os cortes no orçamento inviabilizam os projetos de pesquisa dos bolsistas do CNPQ. “Nos últimos sete anos, perdemos 50% de nosso orçamento. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, FNDCT, é importante porque nos dá suporte ao CNPQ e incentiva as pesquisas. Atualmente, o número de alunos aumentou e as bolsas diminuíram”, referiu. “Mais de 30 projetos do IFSUL estão ameaçados com o corte orçamentário. Como a ciência vai se manter? Precisamos fazer uma mobilização para manter a pesquisa e a ciência fundamentais para garantir a vacina para o povo brasileiro”, alertou.
A professora Marília Bossle do IFRS comentou sobre o corte de recursos orçamentários na área da educação. “De 2013 a 2020, tivemos uma queda de orçamento no Ministério da Educação e no CNPQ. Isso reflete diretamente nos estudantes que precisam de bolsas”, destacou. “A política negacionista do governo federal impacta de forma negativa na vida dos professores das universidades e institutos federais e nos trabalhos de pesquisa nos laboratórios. Estamos sempre provando que precisamos de valorização e investimento. Convivemos hoje com a fuga de cérebros e estamos perdendo pesquisadores para o exterior. Hoje o IFRS conta mais de 22 mil estudantes e possui pouco orçamento para atendê-los”, salientou.
Segundo o professor Jefferson Simões da UFRGS, os cortes no orçamento trazem consequências para continuidade das pesquisas laboratoriais. “A redução de investimento atingiu diretamente as bolsas da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, CAPES, que foram extintas e as bolsas do CNPQ ficaram mais restritas. Não há nenhuma ação para manter os pós-doutores no Brasil, muito pelo contrário, ocorre um abandono de carreira”, manifestou. “Nós conseguimos manter as bolsas de iniciação científica, cancelando os auxílios emergenciais para pesquisadores e a participação em encontros. Temos o desafio de garantir a pesquisa de ciência e tecnologia para 2022 e 2023. Ações como da FAPERGS que lança editais e programas são notórias. Precisamos enfrentar esse momento político de negação de conhecimento e o desinvestimento!”, sinalizou.
Lúcio informou que a ADUFRGS-Sindical é parceira da FAPERGS e apoia o Prêmio Pesquisador Gaúcho e do Prêmio Jovem Talento Científico Gaúcho.
Assista a Live de entrega do prêmio, realizada em 17 de outubro. https://youtu.be/OMiBBbEddZk
Assista a Live com debate sobre os cortes orçamentários no Ministério da Ciência e Tecnologia. https://www.youtube.com/watch?v=X7P2g7oihsY

Veja alguns comentários durante o chat da live no YouTube:
Sônia Mara Moreira Ogiba – Bom dia a todas/os, Diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical. Muito bem-vindos/as a nossa live, com esse debate tão importante, e em especial no Dia de hoje – Dia das professoras e professores.
Sônia Mara Moreira Ogiba – Grande satisfação em ouvi-los e ouvi-las, com todo esse esforço em prol da defesa da nossa educação pública, da Ciência e Tecnologia nesse País.
Sônia Mara Moreira Ogiba – Que maravilha de debate, parabéns! Grata pela participação das professoras UFSCPA e IFRS e dos professores da UFRGS e IFSul.
Sônia Mara Moreira Ogiba – Muito bom saber de todos esses dados em relação à UFRGS, professor Jefferson.
Diretoria – Jurídico – Bom dia a todos! Importante debate neste momento tão difícil para Educação, a Ciência e a Tecnologia.
José Antônio Padilha dos Reis – Bom dia! A luta, há luta!
Eduardo de Oliveira da Silva – Excelente debate, parabéns!
Ana Boff de Godoy – Estaremos em Brasília, pressionando os deputados.
Canal da Pesquisa no IFSul – A porcentagem de investimento do PIB brasileiro em ciência (1,26%) é inferior à média mundial de 1,79%.
Marilene Schmarczek – Agradecida. Saudações a todos