ADUFRGS-Sindical contribui com o debate do Eixo IV que encerrou o XVII Encontro Nacional do PROIFES-Federação

Na tarde desta sexta-feira, 5, a delegação da ADUFRGS-Sindical contribuiu com o debate do Eixo IV “Organização do movimento sindical frente aos novos desafios”, que encerrou a programação do XVII Encontro Nacional do PROIFES-Federação. Durante o encontro virtual, o presidente do PROIFES, Nilton Brandão, e o presidente da ADUFRGS-Sindical, Lúcio Vieira, apresentaram textos para subsidiar as discussões.

Brandão apontou os desafios para o crescimento do PROIFES diante da atual conjuntura do movimento sindical. “Depois do golpe de 2016 e da reforma trabalhista, tudo mudou.  Esse processo de terceirização e precarização das condições de trabalho remodelou os direitos dos trabalhadores. O novo está em luta com o velho. Nosso desafio é combinar as lutas locais com as lutas nacionais. O espírito de federação tem que fazer parte dos sindicatos”, ressaltou.

O presidente do PROIFES também reafirmou o caráter federativo e horizontal da Federação. “Apostamos na autonomia dos sindicatos de base sem perder de vista as grandes bandeiras: defesa de uma carreira atraente e remuneração adequada, condições de trabalho adequadas, e retomando a ampliação do fornecimento público de matrículas”, argumentou.

Na ocasião, o presidente da ADUFRGS-Sindical, Lúcio Vieira, apresentou o texto “A necessária radicalidade sindical e as dificuldades de alianças amplas para o enfrentamento do governo”. Em sua explanação, o professor falou sobre os desafios do movimento sindical. “Temos um governo hoje que é avesso à negociação, e por isso devemos estabelecer relações fraternas com o conjunto dos trabalhadores, porque talvez nós enquanto movimento sindical organizado sejamos os mais bem estruturados após as mudanças na cobrança sindical que enfraqueceram as centrais e a luta dos trabalhadores”, afirmou.

No texto, Lúcio propõe o fortalecimento das bandeiras de luta em defesa da democracia, da vida, do emprego, do poder aquisitivo, da valorização do salário-mínimo, da renda mínima, da previdência social universal, do direito à saúde (defesa do SUS), da educação como um direito social (educação pública) e do direito à moradia. “Na esfera dos professores públicos federais, estão a garantia da carreira, dos salários, das condições de trabalho (saúde, recursos materiais), estabilidade no emprego, do caráter público e autônomo com a respectiva liberdade acadêmica das instituições federais de ensino”, mencionou.

Em sua fala, a diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical, Sônia Mara Ogiba, refletiu sobre a união entre as gerações. Defendeu a convivência harmoniosa de gerações em prol do sindicato. Para a professora a temporalidade não é apenas um atributo individual, é também histórica.  “Em alguns momentos da nossa luta estamos em um lugar ocupando uma posição “jovem”, no sentido da aprendizagem que a gente precisa fazer e faz com os grupos. Em outros momentos, somos “a história” e aí nesse outro lugar temos toda a alegria de partilhar com os demais algo da nossa sabedoria”, expressou.

Durante sua manifestação, a diretora de Secretaria da ADUFRGS-Sindical, Luciana Boose Pinheiro, conjecturou sobre o sindicalismo moderno atento às questões políticas. “Precisamos refletir sobre a temporalidade nossa na luta e no quanto a gente não enxerga, desde os movimentos estudantis, uma potência de preservação de tão caros pra nós como, por exemplo, a democracia e as nossas universidades e institutos federais”, salientou.

De acordo com a professora, a ADUFRGS-Sindical tem investido em uma gestão saudável do ponto de vista de agregar valor à luta. “Não pretendemos transformar o sindicato em uma empresa, mas qualificar os nossos profissionais para que compreendam a nossa luta sindical e o nosso compromisso social. Em tempos de crise, que estamos há algum tempo sem negociação salarial, ou que a luta se faz mais acirrada como, por exemplo, em relação à PEC 32, precisamos agregar outros valores a nossa base como bem-estar, questões sociais e culturais. Se não existir uma gestão saudável ou além das lutas para cada filiado e filiada, o movimento não vai se renovar. Vamos investir em filiação com conteúdo”, considerou.

Para o diretor tesoureiro da ADUFRGS-Sindical, o modelo federativo do PROIFES é o melhor que existe no Brasil e contempla a representação sindical. “Aqui temos sindicatos que representam seus filiados. O melhor modelo para representar os professores nós já vencemos. Temos que continuar insistindo nessa tecla. Romper uma tradição de 40 anos não é fácil. Na minha opinião, o PROIFES está no caminho certo”, reforçou. “Concordo com o presidente Brandão que o SINDPROIFES é um elemento de crescimento da Federação. Essa ferramenta tem que ser usada principalmente agora que nós nos filiamos à CUT, a maior central sindical do Brasil. A renovação é necessária, temos que abrir espaços para lideranças novas e tenho certeza de que estamos construindo isso”, enfatizou.  

Nilton Brandão encerrou o evento, fazendo um agradecimento especial a todos delegados que representaram os sindicatos filiados e às entidades parceiras. “Destaco a riqueza de nosso debate, que mesmo em formato virtual, conseguiu superar as expectativas. Mais uma vez, o PROIFES com sua organização e articulação política, formulou propostas para defender a educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas, contribuindo para a construção de um Brasil mais democrático e melhor”, avaliou. “Vida longa para o PROIFES-Federação”, finalizou.