ADUFRGS-Sindical reforça seu apoio à luta antirracista durante a Marcha Zumbi-Dandara

Ao som dos atabaques e de palavras de ordem contra o racismo estrutural, a Marcha Zumbi-Dandara reuniu os militantes negros e não negros, que caminharam do Mercado Público até o Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre, dia 20 de novembro.

Engajada na luta de combate ao racismo e qualquer tipo de discriminação, a ADUFRGS-Sindical marcou presença na mobilização, que teve como tema “130 anos de abolição sem reparação: em defesa dos territórios, da liberdade e da vida”. A atividade, organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais, também protestou contra o governo Bolsonaro #20NForaBolsonaroRacista.

Na concentração da atividade, em frente à Prefeitura Municipal, o Sindicato montou um estande para receber os professores/as e a população em geral, reforçando a importância da educação pública na luta antirracista. A ADUFRGS-Sindical foi representada pela diretora de Comunicação, Sônia Mara Ogiba, o diretor de Assuntos Sindicais, Jairo Bolter, o presidente do Conselho de Representantes, Felipe Comunello, além docentes associados/as.

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, considerou a Marcha como momento de reafirmação da luta de combate ao racismo. “Não basta dizer que não é racista, precisamos ter políticas antirracistas. Nós, da CUT-RS, entendemos que essa é uma luta da classe trabalhadora, uma luta de libertação dos povos negros e oprimidos e das comunidades isoladas das oportunidades sociais. Essa é uma pauta de combate ao racismo, de inclusão social, do reconhecimento da cultura dos povos, de seus hábitos, do direito à educação, saúde e emprego digno. São pautas que reforçam a democracia que sonhamos em construir para o Brasil”, afirmou.

A professora Sônia Ogiba, representante da ADUFRGS-Sindical no Coletivo Vidas Negras da CUT e no Coletivo Estadual de Mulheres Trabalhadoras, ambos pertencentes à Secretaria de Combate ao Racismo e à Secretaria de Formação Sindical, fez referência à participação do sindicato na Marcha. “A ADUFRGS-Sindical como um sindicato que combate toda forma de racismo e de opressão e luta por justiça social é uma aliada do movimento, que hoje celebra o 20 de Novembro. A Marcha Zumbi-Dandara tem um tema fundamental que marca 130 anos de abolição sem reparação. A defesa da vida, da democracia e do território são lutas que o sindicato, as centrais sindicais e os movimentos sociais têm como missão. Lutamos pelo combate à discriminação e clamamos por justiça social”, declarou.

Sobre o papel da educação no combate ao racismo, Sônia reafirma a importância do ensino para conscientizar as pessoas e minimizar as desigualdades sociais. “A educação tem uma função política e social que atravessa as culturas e épocas, tendo o papel de desenvolver a consciência crítica, de promover a liberdade de expressão, o respeito às diferenças, desde o ensino das crianças nas escolas até o ensino superior e pós-graduação. O acesso ao ensino gera oportunidades e diminui as desigualdades sociais. A educação pública tem uma função fundamental no combate ao racismo e por isso é tão atacada pelos governos de direita ou de extrema direita, como esses que estamos vendo tomar conta do mundo e do Brasil”, salientou.

Felipe Comunello destacou que a participação da ADUFRGS-Sindical na Marcha ajuda na conscientização dos professores e professoras sobre a luta antirracista. “O 20 de novembro é uma data representativa de luta da população negra, que historicamente tem enfrentado muita discriminação racial. É fundamental que a ADUFRGS-Sindical se some a essa marcha pelas suas pautas em defesa da educação pública e de acesso à educação pública e pela democratização da sociedade em geral. É importante que o sindicato esteja engajado nessa pauta sobretudo, no momento em que temos um presidente da República que é declaradamente racista. Também é importante que todos os professores e professoras estejam atentos a essa pauta”, ressaltou.

Ao levar um cartaz “A alma não tem cor”, a professora aposentada da UFRGS, Lorena Holzmann, falou sobre sua participação na Marcha. “Nós professores/as, precisamos estar presentes em qualquer evento que seja a favor da democracia, da igualdade e contra o preconceito. A participação da ADUFRGS-Sindical é extremamente importante porque nós temos o compromisso com a democracia e com a igualdade de todas as populações, independente da cor da pele. Trago aqui no meu cartaz “A alma não tem cor”, não tem alma branca, não tem alma negra, existe alma humana e é por ela que nós estamos aqui”, considerou.

Lorena afirmou que é indiscutível a existência do racismo. “Às vezes manifesta-se agressivamente ou de maneira subliminar e isso precisa ser superado, porque a população de ascendência africana é numerosa em nosso país. Não pode haver uma diferenciação entre as etnias. Nós temos o compromisso com a democracia e com a igualdade. Nós somos pesquisadores da realidade brasileira e temos o compromisso e a obrigação de expor as razões e as possibilidades de superação para nossa convivência civilizatória”, concluiu.

O professor da UFRGS, Marcelino de Souza falou sobre a participação dos profissionais de educação na Marcha. “Estamos aqui para mostrar nosso descontentamento com esse governo que atinge os negros de forma violenta, que libera a polícia para fazer o que quer, oprimindo o povo. A educação tem o papel importante no combate ao racismo na medida que formamos pessoas para refletir sobre a realidade do País e mudar essa situação que perdura mais de 500 anos de racismo estrutural e desigualdades sociais e de falta de oportunidades, em especial para a população negra”, explicou.

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