Apreciar uma taça de vinho em boa companhia faz bem à saúde, mas é importante beber com moderação. Não se trata de um mito é uma verdade, conforme afirmou o professor e palestrante Vitor Manfroi, durante o Encontro com aposentados da ADUFRGS-Sindical transmitido ao vivo pelo Youtube e Facebook do sindicato, na tarde 01 de dezembro.
Essa edição trouxe o tema “Vinhos de boa qualidade: mitos e verdades”. A mediação do debate foi conduzida pelo professor do Instituto de Física da UFRGS, Jorge Ricardo Ducati. A live é uma promoção do Núcleo de Multiatividades do Sindicato, coordenado pelo professor aposentado Otto Koller.
“Escolhi esse tema porque o vinho é prazeroso para compartilhar com as pessoas que gostamos, ainda mais nesse momento de pandemia e isolamento social, em que precisamos brindar a vida”, expressou o professor Otto.
Produtor de uvas e vinhos finos no seu vinhedo em Mariana Pimentel-RS, Jorge Ducati, comentou sobre o tema. “Um vinho de boa qualidade é uma bebida que não tem defeitos, o que não implica que o vinho seja bom. A busca por bons vinhos não é complicada”, manifestou.
O enólogo e professor do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRGS, Vitor Manfroi, citou alguns fatores que contribuem com a qualidade do vinho. “O cultivo da uva, o solo, o clima e a prática do homem são atributos essenciais para produção da bebida. Sabemos que 3/4 dos vinhos brasileiros são produzidos com uvas americanas e híbridas”, afirmou. “Uma das dicas ao comprar a bebida é observar a graduação dos vinhos, por exemplo, vinho fino tinto seco. É um mito dizer que o vinho de mesa só existe no Brasil, pois pode ser encontrado em todos os países”, destacou.
De acordo com Vitor, nem sempre os vinhos caros são os melhores. “Definir a compra pelo maior preço não é garantia de satisfação. Porém, na maioria dos casos, vinhos com um custo maior têm nível superior”, considerou.
Questionado se o vinho quanto mais velho melhor, Manfroi explicou que um pequeno número de vinhos se beneficia do envelhecimento, ou seja do tempo de garrafa. “Frequentemente apresentam níveis elevados de álcool, taninos ou acidez”, ressaltou.
O palestrante falou ainda como o uso de taças adequadas ajudam na análise sensorial. “Vinhos tintos quanto maior a taça, melhor a apreciação”, disse.
Sobre as temperaturas, ele informa que o vinho tinto não precisa ser consumido em temperatura ambiente. “Se um vinho tinto ficar muito quente seu sabor pode ser afetado. O ideal é mantê-lo em um lugar fresco. Já o vinho branco deve ser consumido gelado por causa da acidez”, recomendou.
Vitor Manfroi falou ainda sobre a harmonização dos vinhos com alimentos. “Tintos para acompanhar carnes vermelhas e brancos para carnes brancas. No entanto, não tenha medo de experimentar diferentes combinações que agradem seu paladar”, aconselhou.
Entre as dicas de conservação do vinho, o enólogo recomendou que as garrafas sejam armazenadas na horizontal, com temperaturas mais baixas. Para finalizar, Manfroi afirmou que vinho faz bem à saúde, citando o livro de Jairo Monson de Souza Filho, Vinho é Saúde. “Se consumido com moderadamente e continuamente protege contra doenças cardiovasculares, aterosclerose, hipertensão e certos cânceres”, comentou.