ADUFRGS-Sindical saúda instalação de Usina Solar Fotovoltaica no Campus Litoral Norte

O Campus Litoral Norte da UFRGS deu início à instalação de uma Usina Solar Fotovoltaica de aproximadamente 300 kWp, a primeira da Universidade. A usina será conectada diretamente na rede elétrica de distribuição local, sendo um sistema de microgeração distribuída de energia elétrica obtido através do princípio fotovoltaico. A ADUFRGS-Sindical, que desde 2021 possui uma Usina de Geração de Energia Solar em sua sede, em Porto Alegre, saúda a conquista da comunidade universitária.

O diretor de Relações Sindicais da ADUFRGS-Sindical, Jairo Bolter, falou sobre a instalação da usina. “Para nós, da ADUFRGS, esse acontecimento no Litoral Norte é muito importante. Estamos comemorando, em conjunto com a comunidade, o início da instalação da Usina. O projeto que se desenrola desde 2016 hoje se concretiza. Um investimento de cerca de R$ 1,7 milhão de reais de dinheiro público é extremamente importante, não só pelo valor mas pelo significado”, disse Jairo. 

“O investimento é estratégico porque: valoriza a educação, a universidade pública, gratuita e de qualidade; é um investimento que não vai só gerar energia elétrica, mas vai gerar ensino, pesquisa e extensão; e projeta não só o Campus Litoral Norte como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Então estamos muito felizes”, celebra o sindicalista.

“Parabenizamos todos aqueles colegas que se envolveram de uma ou de outra forma neste projeto. Acreditamos que sim, é um projeto do futuro, que conecta a universidade ao futuro. Novas fontes energéticas estarão cada vez mais presentes em nosso dia a dia, e estamos caminhando para isso. Essa usina mostra que estamos olhando para o futuro, preocupados com ele e que estamos preparados para continuar desenvolvendo estratégias de sustentabilidade não só energética mas também de sustentabilidade política da universidade”, complementa.

A iniciativa será financiada com recursos públicos, do Programa para Desenvolvimento em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (EnergIF), do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC). 

O desenvolvimento do projeto foi feito pela UFRGS com a coordenação e supervisão da professora Aline Cristiane Pan, do curso de Engenharia de Gestão de Energia do Campus Litoral, em conjunto com a diretora Geral, Liane Ludwig Loder, a engenheira Ruane Fernandes de Magalhães e a professora Juliana Klas, que serão as responsáveis pelo acompanhamento da execução da Usina junto a uma equipe formada por servidores da universidade.

Segundo a diretora do Campus Litoral, Liane Loder, a instalação da usina traz benefícios na produção de conhecimento e na economia de energia elétrica. “Trata-se de  um sistema aberto onde toda a energia produzida nessa planta é entregue à rede que faz a distribuição. É como se nós estivéssemos vendendo a energia que produzimos e isso retorna como abatimento na nossa fatura mensal. O que vamos gerar aqui é o suficiente para cobrir nossas despesas com energia no campus e ainda vamos gerar um excedente que vai impactar na fatura da própria universidade”, elucidou. “Essa usina também vai funcionar como um laboratório a céu aberto. Nós temos aqui um curso de geração de energia focado na parte de gestão energética. Essa usina vai propiciar uma formação na área de solar e a possibilidade de ofertar cursos, atraindo alunos de outros lugares para visitar a nossa usina e até mesmo fazer algum processo de experimentação”, observou. “O projeto colocou a universidade no patamar de inovação gerando sua própria energia e isso é um diferencial.Teremos a oportunidade de estudar e prestar consultoria na área de solar”, completou. 

Prazos e recursos

Conforme a coordenadora do projeto, professora Aline Pan, foram dois longos anos para iniciar a instalação, que deveria ter acontecido em 2020, mas que a pandemia acabou atrasando. “Foram garantidos para o projeto R$ 1,4 milhão ainda em 2017, e obtidos mais 25% em 2020, totalizando R$ 1,719 milhão”, relatou. De acordo com Aline, a instalação deve levar dois meses, e a previsão de inauguração é para maio de 2022. “É possível que ocorra ainda no primeiro trimestre, ou no máximo no final do primeiro semestre”, informou.

Espaço físico

A área ocupada pelos módulos fotovoltaicos é de 744m², sendo 80% do total no telhado, ou seja, a maior parte está em um espaço já ativo, e 20% de área extra no solo. São 770 módulos distribuídos no telhado e 226 no solo.

Sustentabilidade

A professora Aline Pan acrescentou que o projeto está inserido no conceito de sustentabilidade como um todo, que é apoiada no econômico, ambiental e social. “A implantação de uma pequena usina é algo bem viável, e uma das vantagens é a sua modularidade, não é um pacote fechado”, explicou. 

Em termos econômicos, um sistema comum costuma dar retorno entre três e cinco anos, mas é preciso considerar que o valor do quilowatt-hora pago pela universidade é diferente dos usuários em geral, informou Aline, que estima retorno do investimento entre cinco a oito anos. 

Dentro do aspecto técnico, o projeto está no caminho para a transição energética. “Hoje, a escassez hídrica reflete no valor conta. Um projeto como esse diversifica a matriz energética e distribui a produção de energia, que também não necessita ser transportada por vários quilômetros como em outros sistemas”, disse Aline. A coordenadora lembrou ainda que se trata de uma fonte renovável e não poluente, e que esse tipo de iniciativa ajuda a “colocar o país em um patamar diferenciado”.

O aspecto social também está contemplado no projeto, afirmou Aline, chamando atenção para o grande impacto para a universidade. “Os alunos passam a ter contato com essa tecnologia que já é realidade na Europa, na América do Norte, na Oceania, entre outros”, disse. “Tudo isso coloca a UFRGS numa trilha de desenvolvimento e de disseminação de conhecimento. Todas as edificações públicas deveriam seguir procedimentos de redução de impacto ambiental. É importante para a universidade apresentar novas tecnologias”, comentou. 

Para Aline, a representatividade para sociedade é outro fator muito importante. “A coordenação do projeto é toda feita por mulheres”, destacou. “Essa usina vai representar muitas coisas ao mesmo tempo. Espero que a gente possa reportar tudo isso para a sociedade e que ela consiga enxergar todas as vantagens e impactos, que as pessoas pensem, reflitam”, disse a professora.

Ensino, pesquisa e extensão

A Usina Solar Fotovoltaica que está sendo instalada no Campus Litoral Norte da UFRGS já começa a apresentar resultados também na área acadêmica, aumentando as possibilidades de ensino, pesquisa e extensão. Conforme Aline Pan, é possível desenvolver pesquisas a partir dos resultados obtidos com a estrutura instalada. “A usina conta com estação solarimétrica, controle de temperatura, vento, mediação da radiação solar, um sistema todo digitalizado, que permite saber os resultados no momento e desenvolver pesquisas com esses dados”, comemorou.

Energia solar na ADUFRGS

A ADUFRGS-Sindical também está neste caminho de olhar para um futuro mais sustentável. Desde 2021, o Sindicato conta com uma Usina de Geração de Energia Solar. A intenção é contribuir com a economia de energia elétrica e, principalmente, com a responsabilidade ambiental. O retorno financeiro já acontece, com significativa economia nos custos de energia. 

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