O Ato Nacional em Defesa das Universidades e Institutos Federais, que acontece dia 31 de março, no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, foi pauta do programa Bom Dia, Democracia, da Rede Estação Democracia, nesta quarta-feira, 23. A professora Sônia Mara Ogiba, diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical, foi entrevistada no programa, falou sobre a importância do ato e convidou a comunidade a participar e defender a universidade pública.
Segundo a diretora Sônia Mara Ogiba, o ato acontece no momento em que há um grande avanço dos ataques à universidade pública e à Educação, que é um “bem constitucional, um bem público”. “É um ato nacional que aqui será realizado na UFRGS, chamado pelo PROIFES-Federação, e cada sindicato federado terá suas atividades. Estamos nos reunindo no país inteiro pra dizer um não, um basta à destruição do patrimônio público”, explicou a sindicalista. “A universidade é um patrimônio, ainda que possamos fazer críticas, como por exemplo ao fato de não termos um sistema de educação superior, que hoje é regionalizado. Mas isso não significa que não tenhamos que lutar por esse patrimônio”, acrescentou.
A diretora informou que o Sindicato preparou para o ato uma mesa, às 9h30, no campus central, composta por mulheres. O painel irá ocorrer na Sala 101 da Faculdade de Educação. “A ADUFRGS-Sindical todos os anos, no mês de março, se engaja na luta e na defesa dos direitos das mulheres, então vamos abrir esse ato em defesa da universidade pública com uma mesa sobre mulheres e sindicalismo”, relatou a professora. (Saiba aqui mais sobre a campanha da ADUFRGS-Sindical “Desafios das mulheres na defesa de direitos”).
Desde 8 de março, acrescentou a diretora, o Sindicato está mobilizado. “Estamos em mobilização como mulheres em todo o Brasil e aqui em Porto Alegre a ADUFRGS se junta à luta das mulheres cutistas defendendo a vida das mulheres, o fim da violência, do genocídio, do desemprego, da fome e da miséria”, acrescentou Sônia.
Conforme a sindicalista, a campanha 2022 se encerra neste dia 31 pelo simbolismo da data. “Resolvemos encerrar o Mês da Mulher neste dia 31, tão simbólico para nós, que é o da defesa da universidade pública. A mesa de mulheres vai contar com sindicalistas do CPERS, Sinpro, mulheres da ADUFRGS-Sindical, do Conselho de Representantes das universidades no Sindicato”, informou Sônia.
A discussão será feita por mulheres sindicalizadas, professoras, que irão trazer questões relacionadas à docência, à pesquisa, e sobre as mulheres na política e no poder, em especial neste ano eleitoral. “Fica o convite para esse painel, para que essas mulheres se juntem a nós nessa discussão tão importante que é ‘Mulheres e sindicalismo no mundo contemporâneo’”, completou a diretora.
Na sequência, às 10h30, no pátio do campus central, haverá um ato com lideranças, professores e estudantes, adiantou a professora Sônia. “Estamos junto com a União Estadual dos Estudantes (UEEE), Atens UFRGS [Seção Sindical do Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível Superior das Instituições Federais de Ensino Superior (Atens Sindicato)], CPERS, Sinpro e várias outras entidades do município, que estarão conosco nessa atividade de discussão sobre a importância da defesa da universidade pública”, afirmou a diretora.
Sônia Ogiba lembrou que o local escolhido, a Faculdade de Educação da UFRGS, é um espaço muito simbólico, “por estarmos [os professores] sob um ataque violento de políticas negacionistas”. Ela citou ainda a dificuldade de abrir a universidade novamente com todos os cuidados sanitários e voltar às aulas presenciais. “Essa polêmica do passaporte vacinal, na ADUFRGS-Sindical defendemos a ciência e o comprovante vacinal”, salientou a sindicalista.
O ato na UFRGS vai ser encerrado com uma roda de samba de mulheres. Além do Rio Grande do Sul, vários estados irão realizar atividades da mesma natureza, pontuou a professora. “E a nossa base vai além da UFRGS, fica o convite também para a UFCSPA [Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre], e institutos federais IFRS [Instituto Federal do Rio Grande do Sul] e IFSUL [Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense]”, pontuou a sindicalista, lembrando que os presidentes da ADUFRGS e da UEE são vinculados ao IFRS.
Outro fato frisado pela sindicalista é o de que, durante a pandemia, muitos alunos entraram na universidade e até hoje não tiveram aula presencial na instituição. “Muitos ainda não conhecem a universidade, precisamos trazer os estudantes, pois eles também estão nessa luta e querem uma universidade pública, de qualidade. Temos que lutar, este ano de 2022 é um ano de reconstruir o país, não só pelas eleições mas também pela luta das mulheres por políticas públicas e por ocupar mais espaços na política”, finalizou.