Retomada dos Encontros com aposentados da ADUFRGS-Sindical em 2022 destaca “Aposentadoria como etapa ativa da carreira”

A primeira edição do Encontro com aposentados ADUFRGS-Sindical de 2022 realizada na tarde desta quarta-feira, 20, apresentou o tema “Aposentadoria como etapa ativa da carreira”.

O encontro virtual transmitido ao vivo pelo YouTube e Facebook do sindicato teve como palestrante a professora aposentada, Maria Célia Lassance, e como mediador o professor Marco Teixeira, ambos do Instituto de Psicologia da UFRGS. A live contou ainda com a participação da professora Sônia Mara Ogiba, diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical, e da professora aposentada Graciela Quijano, nova coordenadora do Núcleo de Multiatividades, também promotor do encontro.

Na abertura, a professora Sônia transmitiu as boas-vindas da diretoria aos participantes e espectadores da live. “É com grande satisfação que a diretoria saúda a todos e todas e deseja sucesso à retomada dos Encontros com aposentados que é uma proposta do Núcleo de multiatividades do sindicato. Essas lives são quinzenais e sempre abordam temas diversificados e de relevância para os aposentados/as, professores/as da ativa e público em geral. Nesta tarde linda de outono, aproveitamos para agradecer a dedicação do professor aposentado Otto Koller, que até o começo do ano coordenava o Núcleo de Multiatividades, que agora será conduzido pela professora aposentada, Graciela Quijano”, ressaltou.

Como nova coordenadora do Núcleo de Multiatividades, a professora Graciela manifestou alegria em assumir o novo cargo. “A live dos aposentados é rica em temas e sempre conta com palestrantes e mediadores da melhor qualidade. Temos a esperança em realizar esse encontro presencial assim que for possível. Será mais agradável olhar para as pessoas e compartilhar conhecimentos. A tarde de hoje será um momento de prazerosa reflexão”, destacou.

Para Marco Teixeira, a aposentadoria é uma transição importante na carreira. “Nessa fase, o papel de trabalhador se transforma, trazendo repercussões para o bem-estar. O trabalho, que antes era uma das principais fontes de sentido para a vida, passa a ter um espaço menor nos cenários do cotidiano. Refletir sobre essa transição e preparar-se para ela é fundamental para que consigamos lidar com as inevitáveis mudanças nesta etapa de carreira”, refletiu.

No início de sua explanação, Maria Célia contou um pouco de sua história de vida e carreira profissional. “Entrei na UFRGS em 1980 e, em 1985, ingressei na carreira de orientação, pois tinha o objetivo de desenvolver a área de orientação profissional no RS”, falou. “Construí um legado a partir de minhas próprias forças. Fiz o doutorado aos 50 anos de idade. Sempre amei estar com os alunos! Durante a trajetória na UFRGS, criamos o serviço de orientação profissional e o núcleo de apoio ao estudante”, completou.

Ela salientou que “as carreiras não surgem, elas são construídas na relação entre o indivíduo e o seu contexto – a construção vai acontecendo enquanto a vida acontece”. “Na proximidade da aposentadoria avaliei que tipo de produto eu poderia oferecer ao mercado e verifiquei uma oportunidade na prática de aconselhamento de carreira. Então fui me acostumando com a nova linguagem de mercado, aprendendo a ler o contexto. Percebi que eu não era uma pessoa empreendedora e que precisava me atualizar”, explicou. “O fato de perder o acesso ao cartão do estacionamento e o acesso à biblioteca foram impactantes quando me aposentei. Inclusive, tive mais tempo para o lazer no domingo”, comentou.

A palestrante citou aspectos da aposentadoria como longevidade, maturidade, envelhecimento e sustentabilidade da carreira de vida. “Na nossa cultura o papel do trabalho é central. O contexto que a gente vive é que vai mudar nossa maneira de agir. O trabalho tem funções importantes, seja voluntário, remunerado, de dedicação ao outro, pois cumpre funções psicológicas e sociais que refletem na autoestima, autorrealização, status e prestígio das pessoas.”

De acordo com Maria Célia, a construção da carreira é baseada nas necessidades (experiências precoces), valores (direção da satisfação das necessidades) e interesses (contexto e concretização de necessidades e valores). “Os critérios das escolhas e objetivos da carreira mudam ao longo do tempo por eventos previsíveis e imprevisíveis e isso requer aprendizagem dinâmica” considerou.

A professora aposentada elucidou que pessoas com mais de 55 anos são identificadas como maturi, referente à maturidade. Em seguida, reforçou que a aposentadoria não é resumida apenas em lazer. “Os aposentados e aposentadas podem ter uma vida produtiva observando algumas dicas como redesenhar tarefas, empreender, criar carreiras sustentáveis e cuidar da saúde física e mental”, orientou.

Segundo ela, a sustentabilidade da carreira precisa levar em conta a proatividade, a abertura de portas, o acesso a recursos, as escolhas sustentáveis e o reconhecimento da importância de analisar o contexto – família, políticas organizacionais, fatores culturais.

Para finalizar, Maria Célia ofereceu dicas para gestão da própria carreira. “É essencial visualizar o projeto pessoal, ter autonomia, empreendedorismo, conhecimento e compromisso social. Além disso, é importante ter uma boa rede de relacionamentos, inovar sempre, lidar com a competitividade, ter competência de comunicação e entender a inteligência artificial”, pontuou.