ADUFRGS-Sindical aprofunda o debate sobre as ações afirmativas para superação do racismo estrutural e das desigualdades sociais

No ano de 2022 em que a Lei de Cotas 12.711/2012 completa 10 anos, o GT Direitos Humanos (GTDH) da ADUFRGS-Sindical coordenado pela professora Sônia Mara Ogiba, diretora de Comunicação do sindicato, disponibiliza conteúdos para que a base sindical possa fazer o debate sobre a importância das ações afirmativas na eliminação das desigualdades e segregações no País.

Ainda neste primeiro semestre, o GTDH realiza um painel presencial com especialistas da área para aprofundar as discussões sobre os 10 anos da Lei de Cotas e a importância das políticas públicas para superação do racismo estrutural.

Na aba Ações Afirmativas do site estão disponíveis matérias, entrevistas e podcasts que tratam desse tema. Lá você também encontra as ações afirmativas desenvolvidas pelas instituições da base: UFRGS, UFCSPA, IFRS e IFSul.

A série já publicou entrevistas com a antropóloga, professora e Secretária de Inclusão da Universidade Federal de Goiás (UFG), Luciana de Oliveira Dias, o Reitor de Diretor Acadêmico da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, e o teólogo e filósofo Frei David Santos, Diretor Executivo da EDUCAFRO Brasil.

A Lei de Cotas prevê a reserva de 50% das vagas para estudantes oriundos da escola pública e, dentro deste contingente, as cotas baseadas em critério de renda e as cotas étnico-raciais para pretos, pardos e indígenas. Segundo um estudo realizado pela ANDIFES, em 2019, no âmbito da pesquisa nacional do perfil socioeconômico e cultural dos graduandos das Instituições Federais de Ensino Superior, estudantes pretos, pardos e indígenas passaram de 36% do total de alunos em 2003 para 52% em 2018. Neste mesmo período, discentes com renda mensal familiar per capita de até 1 salário-mínimo e meio, caracterizado como baixa renda, aumentaram de 44% para 70% nas instituições. A Lei também garantiu o acesso de estudantes indígenas nas universidades públicas. Na UFG, por exemplo, foi criado o curso de educação intercultural indígena, em 2007. Hoje 300 indígenas aldeados representantes de 28 povos cursam graduação na Universidade.

A legislação determina o prazo de 10 anos para implementação da política pública e ao final desse prazo, uma revisão pelo Congresso Nacional para avaliar sua continuidade. No entanto, ativistas da igualdade racial defendem que a legislação seja renovada automaticamente, pois ao longo desses 10 anos, o Ministério da Educação não fez relatórios capazes de subsidiar a análise do Congresso Nacional e isso implicaria em prejuízos para a continuidade dessa ação afirmativa.

Uma das maiores preocupações em relação à manutenção da Lei de Cotas é a permanência e conclusão do curso de graduação por parte dos estudantes cotistas nas universidades públicas e institutos federais. Inclusive, existem projetos que defendem a bolsa permanência com alimentação e moradia para garantir a manutenção dos estudantes cotistas nas IFES.

Veja os conteúdos e podcasts publicados na aba Ações Afirmativas da ADUFRGS-Sindical 

Lei de Cotas completa 10 anos e passa por revisão

Entenda o Projeto de Lei e acompanhe a tramitação da proposta na Câmara Federal

“Educação pública precisa de orçamento para sobreviver”, diz presidente da UEE

Acompanhe episódio 17 do podcast da ADUFRGS-Sindical com Airton Silva

“Cota não é esmola! É uma necessidade urgente de reparação racial nos ambientes de poder da sociedade”, diz a antropóloga e professora da UFG, Luciana Dias.

Acompanhe o podcast 19 da ADUFRGS-Sindical com Luciana Dias

“A Lei de Cotas aumentou o número de negros/as no ensino superior, gerou oportunidades e mudou o pensamento educacional brasileiro”, diz reitor da Universidade Zumbi dos Palmares.

Acompanhe o episódio 20 do podcast da ADUFRGS-Sindical com José Vicente

“A cota é uma medida radical para tentar mudar uma situação imposta pela classe dominante e que se perpetua no tempo”, diz Frei David da EDUCAFRO.