O diretor de Relações Internacionais do PROIFES-Federação e Tesoureiro da ADUFRGS-Sindical, Eduardo Rolim participou de audiência pública extraordinária da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara Federal, nesta terça-feira, 24, para tratar sobre o reajuste salarial dos servidores públicos federais.
A proposição foi feita pelo deputado Paulo Ramos (PDT-RJ).
Em sua manifestação, Rolim criticou a falta de diálogo com o Governo Federal. “Nós do PROIFES-Federação, que representamos os professores das Instituições Federais de Ensino Superior, temos muita honra de estarmos aqui junto com demais entidades para de forma unânime dizer que é inaceitável a forma como o Governo Federal não reconhece a legitimidade das nossas entidades e não nos recebe para diálogo”, afirmou. “Em nome da única entidade de educação que está presente aqui hoje, reitero que não aceitaremos o projeto de Homescholling, ensino domiciliar, que foi aprovado na Câmara Federal. Não temos nada contra as famílias ensinarem seus filhos. Somos contra a substituição da escola, espaço de sociabilização e de reconhecimento das diferenças sociais e do fim dos preconceitos. Queremos escola pública, gratuita e de qualidade para todos os cidadãos brasileiros”, defendeu.
O diretor do PROIFES-Federação também se pronunciou contrário à Proposta de Emenda à Constituição 206/2019, que visa cobrar mensalidade dos estudantes de universidades públicas. “Isso é um despautério que a sociedade brasileira venceu lá em 1988, que consagrou no artigo 206, que as universidades federais são públicas e gratuitas, oferecidas e financiadas pelo Estado”, mencionou. Ele lembrou ainda a necessidade de uma reforma tributária. “Nós precisamos que as pessoas que têm mais dinheiro paguem mais impostos e aliviem a carga tributária dos trabalhadores.”
Sobre o reajuste salarial do Magistério Superior Federal, Rolim comentou que os professores das IFES têm uma defasagem salarial de 38,6% desde março de 2015. “É óbvio que não vamos negar os 5% de reajuste salarial, se existir. É importante que a sociedade entenda que as universidades não terão praticamente nada de reposição das perdas. As IFES tiveram um papel importante principalmente na pandemia, que matou mais de 600 mil brasileiros e ainda não terminou. A pandemia não terminará tão cedo por conta de um Governo Federal que se nega a reconhecer a importância dos serviços públicos, da educação, da ciência e da saúde pública. O Governo precisa retomar os investimentos em educação, tecnologia e ciência. A Emenda Constitucional 95, por exemplo, tira o dinheiro do serviço público e coloca nas mãos do mercado financeiro. Sem serviço público os brasileiros não serão atendidos. Não vamos aceitar que a política de desmonte dos serviços públicos seja realizada impunimente”, protestou.
Assista a audiência. Pronunciamento do professor Rolim a partir de 1h e 9 min.