Em entrevista ao Espaço Plural diretores da ADUFRGS-Sindical garantem que a instituição irá cobrar direito do acesso ao Ensino Superior pelos futuros governantes

Na tarde desta terça-feira, 24, a professora Luciana Boose Pinheiro, diretora de Secretaria da ADUFRGS-Sindical, e o professor Jairo Bolter, diretor de Assuntos Sindicais da entidade, participaram do Espaço Plural – Debates e Entrevistas, veiculado ao vivo nas plataformas digitais da Rádio Web Rede Estação Democracia. 

Durante o bate-papo com o apresentador Solon Saldanha, os docentes falaram sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/19, que tramita na CCJ da Câmara Federal e diz respeito à cobrança de mensalidade dos estudantes nas universidades públicas, além da recomendação do sindicato à certificação da ISO 9001/2015.

O apresentador Solon questionou os sindicalistas sobre a votação da PEC 206/19. “É um absurdo que o parlamento se direcione contrário aos direitos do povo. Vamos acompanhar os desdobramentos no plenário da Câmara Federal e denunciar os deputados que votarem a favor deste retrocesso”, enfatizou Bolter. “Esta cobrança de mensalidade é um sucateamento das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) no País. Defendemos a qualidade de vida para a comunidade acadêmica. Educação não é um gasto e sim um investimento. As pessoas têm responsabilidade com o voto e não podem cair na armadilha do desmonte dos serviços públicos”, advertiu. “Não é de hoje que o Governo Federal ataca direitos dos estudantes. O fim da gratuidade das passagens para estudantes provocou uma enorme evasão no ensino superior durante a pandemia.”

Jairo afirmou ainda que o papel do sindicato é informar, esclarecer e defender a educação pública. “As pessoas com casa, comida e educação não irão se vender, pois compreendem a importância do voto. Queremos que o Estado invista em educação pública. Vamos apresentar nossa pauta de reivindicações aos candidatos ao pleito eleitoral e denunciar os deputados que são contra a educação”, sinalizou.

De acordo com Luciana, um estudante gasta em média 500 reais no transporte de ida e volta para universidade. “Hoje a bolsa permanência é de 400 reais para alimentação, transporte e material. A votação da proposta de cobrança das mensalidades representa a privatização do ensino público”, finalizou.

Sobre as eleições de 2022, Jairo contextualizou as dificuldades do cenário político brasileiro. “Somos um sindicato e não um partido. Uma de nossas principais lutas é a defesa da democracia e das eleições democráticas. A eleição de 2022 é importante para todos nós brasileiros/as. Incentivamos que a população participe do processo eleitoral. Quem ganhou as eleições passadas foram os eleitores que não compareceram às urnas e isso não pode acontecer novamente!”, alertou. “ADUFRGS-Sindical vai seguir na defesa das Instituições Federais de Ensino Superior para que sejam respeitadas pelos governantes.”

Questionada em relação à campanha salarial do Magistério Federal Superior, Luciana comentou sobre a pauta de 15 itens elaborada entregue pelo PROIFES-Federação e seus sindicatos filiados aos Ministérios da Educação, Economia e do Trabalho. “Protocolamos a minuta da campanha salarial nos ministérios, mas não tivemos diálogo. Lutamos por melhores salários e a valorização da carreira dos docentes, entre outros pontos importantes”, ressaltou. “Temos um Governo Federal que não dialoga com a sociedade para a construção de um país cidadão com direito à saúde e educação. Pelo contrário, faz cortes orçamentários nas IFES, não fomenta a pesquisa e extensão e ainda promove a corrupção no MEC”, criticou. “Durante a pandemia, a educação e a ciência foram necessárias para produção de pesquisas e de vacinas. Temos a necessidade de sensibilizar a sociedade para a defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade”, finalizou.

A professora Luciana destacou ainda o ineditismo da ADUFRGS-Sindical na conquista da recomendação da certificação da ISO 9001/2015 no segmento sindical da área da educação. “Apostamos na gestão de qualidade e excelência para organizar as pautas sindicais e alcançar resultados mais eficazes na representatividade dos docentes. Somos o primeiro sindicato na área da educação a conquistar a recomendação da ISO 9001/2015. Em busca da certificação, organizamos os processos de trabalho para melhorar a qualidade da estrutura interna do sindicato e da organização da luta sindical”, explicou. “A pandemia trouxe muitos desafios e tivemos que nos preparar par o cenário pós-pandêmico.”

O professor Jairo manifestou sua satisfação com a indicação para certificação da ISO 9001/2015. “Estamos felizes com essa conquista da certificação! Não somos uma empresa e sim uma organização sindical, que visa qualidade na organização de sua luta”, ressaltou.