Delegados têm um papel fundamental no XVIII Encontro Nacional do PROIFES-Federação, diz presidente Lúcio Vieira

No episódio de podcast da ADUFRGS-Sindical desta sexta-feira, 27, o presidente da ADUFRGS-Sindical, Lúcio Vieira, fala sobre o XVIII Encontro Nacional do PROIFES-Federação, que acontece de 12 a 14 de julho, em Natal, no Rio Grande do Norte. Durante a conversa, ele ressalta a importância da eleição de delegados do Rio Grande do Sul para o evento.

ADUFRGS-Sindical – Professor Lúcio, por que é importante que a ADUFRGS-Sindical esteja representada com delegados eleitos para o Encontro Nacional do PROIFES-Federação?

Este é um evento que acontece num ano especificamente difícil. Estamos saindo de uma pandemia que trouxe tragédia para a população brasileira com mais 600 mil mortes e muitas pessoas adoecidas. Neste longo período, as universidades públicas e institutos federais tiveram atividades remotas. Também enfrentamos um Governo Federal que tem se ausentado do debate com a sociedade brasileira, em especial sobre a educação, e tem se negado a discutir com as representações dos professores. Além disso, nega-se a aportar recursos orçamentários para as universidades públicas e institutos federais. Neste cenário, nós temos que buscar soluções e respostas para nossas ações políticas.

Estamos, ainda, próximos a uma eleição que vai escolher o novo presidente da República, governadores e um novo parlamento para o País. É nesta conjuntura que acontece o Encontro Nacional do PROIFES. Para aprofundar o debate, é fundamental que os estados elejam delegados ao evento nacional. Neste sentido, a ADUFRGS-Sindical convoca os filiados/as a participarem do processo eleitoral para escolha de delegados do RS, que ocorre até o dia 10 de junho. O Estado tem direito a colocar 16 delegados/as no Encontro. É importante que os filiados/as votem para garantirmos a presença de uma delegação gaúcha significativa e representativa para contribuir com o debate nacional.

Qual o papel que a delegação gaúcha terá no Encontro Nacional?

O Encontro Nacional vai se debruçar sobre seis temas, que vão desde a conjuntura nacional passando pela carreira, salários, autonomia e democracia das nossas instituições, tudo aquilo que faz parte do nosso fazer pedagógico, por isso que é tão importante essa discussão. Cada delegado vai levar a contribuição do sindicato para o encontro nacional. Ele poderá se manifestar, contribuir com texto, apresentar propostas de resolução e votar nas resoluções. Será uma pessoa chave, representando o sindicato e ajudando a definir as políticas para o próximo período, a própria Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) que define o orçamento das universidades para o ano de 2023.

O Encontro vai contribuir com a melhoria das ações em defesa das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES)?

Certamente. O tamanho dos cortes orçamentários nas nossas IFES, nos últimos anos, marca fortemente a redução da capacidade das universidades públicas e institutos federais de investir na atualização de seus materiais de pesquisa, em projetos de pesquisa, na expansão de sua rede para melhor atender a sociedade. Portanto debater a LDO e o orçamento dado à educação pública pelo Ministério da Educação (MEC) é determinante.

O longo período de atividades remotas durante a pandemia criou uma defasagem e isso impacta na necessidade de mais aporte financeiro para as instituições. Outra questão é que os professores das IFES há 5 anos não tiveram aumento salarial e isso precisa ser revisto. Temos que garantir a continuidade e qualidade dos serviços de educação pública prestados à sociedade.

A mudança no comando Governo Federal, nas eleições, pode mudar o cenário da educação?

No atual Governo Federal, temos o aumento de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, o aumento da informalidade, o aumento do número de desempregados, mais de 12 milhões. A miséria, a inflação, o custo do combustível cresceram significativamente no País. Além disso, a violência do Estado brasileiro também aumentou. Diante dessa realidade, temos um grande desafio que é pensar no que queremos para a melhora do Brasil. As eleições são uma oportunidade de corrigirmos rumos. É importante que a população vote nas urnas para renovar a política elegendo o presidente da República, governadores e deputados federais e estaduais comprometidos com a defesa da educação pública, gratuita, gerida pelo Estado com recursos públicos.

Veja também nesta entrevista.

Vieira comentou a respeito do posicionamento da ADUFRGS-Sindical contra o Homeschooling, ensino domiciliar, aprovado no Congresso Nacional. O presidente também se manifestou, em nome do sindicato, contrário à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 206/2019, que determina a cobrança de mensalidade nas universidades públicas brasileiras.

Ouça o podcast aqui.