Não vai ter corte, vai ter luta! Foi neste tom que representantes da ADUFRGS-Sindical e da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE/RS) intensificaram o ato nacional em defesa da educação pública, na quinta-feira, 9.
A manifestação contra os cortes orçamentários promovidos pelo Governo Federal foi realizada no pátio da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faced/UFRGS).
Desde 2016, o Ministério da Educação (MEC) sofre cortes no orçamento. Recentemente, o Governo Federal anunciou o corte de aproximadamente R$ 1,6 bilhão, que representa 7,2% do orçamento do MEC para o ano. Em nota publicada dia 30 de maio, o sindicato repudiou a atitude do Governo Federal, que sem dialogar com os gestores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), comunicou um bloqueio de 14,5% no orçamento da Educação. O governo defende que bloqueio de recursos é necessário para não ultrapassar o limite do teto de gastos.
O diretor de Relações Sindicais da ADUFRGS, professor Jairo Bolter, representou o sindicato na mobilização dos estudantes, professores/as e servidores públicos das IFES. “Virou rotina no atual Governo do País, que em meados do ano, os estudantes e professores das instituições de ensino precisam sair às ruas contra o contingenciamento de recursos. O governo, para atender a Emenda Constitucional 95, a emenda da morte, tem que retirar recursos financeiros da educação para não extrapolar o teto de gastos. Por isso, mais uma vez, estamos mobilizados para defender as universidades públicas e institutos federais, a educação pública, gratuita e de qualidade”, manifestou.
Bolter insistiu na manutenção dos serviços públicos. “Temos um governo que ataca a educação, que retira direitos sociais, desvaloriza os professores/as e dificulta a permanência dos estudantes nas universidades. Para nós da ADUFRGS-Sindical, educação não é um gasto, educação é um bom investimento. Portanto, vamos dizer ao Governo Federal, não aos cortes, não ao contingenciamento de recursos nas IFES, não ao desmonte dos serviços públicos”, protestou.
O estudante de Saúde Coletiva e presidente da UEE/RS, Airton Silva, reforçou que o movimento estudantil seguirá nas ruas para derrotar o atual Governo Federal e lutar pelo orçamento da educação pública. “O governo de Jair Bolsonaro não nos representa, ele é contra o ensino público gratuito e de qualidade. Queremos garantir a permanência dos estudantes das universidades e para isso precisamos garantir políticas públicas e investimentos em educação. Não vai ter cortes, vai ter luta!”, destacou.
O ato em defesa da educação pública reuniu estudantes, professores e servidores da UFRGS, UFCSPA e institutos federais, autoridades políticas, representantes de movimentos sociais e sindicais. No final da atividade, os manifestantes saíram em caminhada da FACED/UFRGS até a Cidade Baixa.