No dia 30 de junho, a ADUFRGS-Sindical participou da live Semana de Ação Mundial (SAM) – Compromisso para eleição: Não ao corte da educação. O Encontro foi organizado pelo Comitê Gaúcho da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
A diretora de Comunicação do sindicato, Sônia Mara Ogiba, foi convidada como professora da Faculdade de Educação da UFRGS (FACED/UFRGS) e como integrante da Coordenação Colegiada do Fórum Estadual Popular de Educação (FEPE/RS). A professora representa a ADUFRGS-Sindical no Fórum. A atividade contou com a presença da professora Fátima Ehlert, presidenta do Conselho Estadual de Educação, e Avanildo Duque, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. A mediação foi conduzida por Xande Lucas, do Comitê RS da campanha. A SAM brasileira é dedicada, desde 2014, ao monitoramento da implementação do Plano Nacional de Educação PNE.
Antes de iniciar sua explanação sobre o tema Políticas de Educação e a Universidade Pública, a professora Sônia comentou sobre o ato público em defesa das universidades públicas e institutos federais e contra os cortes da educação, ciência e tecnologia, que ocorreu na FACED/UFRGS, também no dia 30 de junho. O ato foi organizado pela ADUFRGS-Sindical em conjunto com os reitores das universidades e institutos federais e estaduais e mais de 20 entidades signatárias da educação, incluindo o movimento estudantil. “Foi com grande perplexidade que nós, das universidades públicas e institutos federais recebemos a notícia de um corte considerável na educação superior de R$ 1 bilhão no orçamento da educação e R$ 3 bilhões para a ciência e tecnologia. Em protesto, organizamos um ato público e um manifesto, sensibilizando a sociedade gaúcha e brasileira sobre a gravidade que representam esses cortes para educação pública”, destacou. “Trata-se de um corte violento que ameaça a manutenção das universidades principalmente no momento que estamos retornando às aulas presenciais e precisamos de infraestrutura financeira e de pessoal”, destacou.
Segundo a diretora, mesmo com orçamento enxuto as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) conseguiram atuar de forma incansável durante a pandemia, desde 2020. “As universidades tiveram grande empenho no controle da pandemia através de seus espaços de assistência, saúde pesquisa e extensão”, ressaltou.
A professora também criticou a crise social brasileira e denunciou o racismo, o assédio e a violência. “Recentemente o presidente da Caixa Federal demitiu-se após assediar mulheres. Também tivemos o comentário racista feito pelo ex-piloto Nelson Piquet ao piloto Louis Hamilton e a prisão do ministro da Educação por atos de corrupção”, denunciou.
Sônia esteve à frente de um projeto da FACED/UFRGS, em 2017, extinto por falta de recursos financeiros, que motivou a realização de um monitoramento e avaliação do Plano Nacional de Educação, que iniciou em 2014 e tem vigência até 2024. “Foi um projeto de extensão e pesquisa qualitativa realizado pela FACED/UFRGS em parceria com entidades e instituições do Estado para discutir políticas de educação e que trouxe à tona a luta pelo PNE como uma política de Estado e não como uma política de governo”, referiu. “Além disso, a EC 95 foi responsável pela redução significativa dos investimentos em saúde e educação. Segundo colegas da FACED/UFRGS que integram o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Médio, 85% das metas do PNE não foram cumpridas, o que por si só evidencia a situação trágica em que se encontra a educação. O PNE é responsável pela organização do sistema educacional, desde a educação infantil até o ensino superior e a pós-graduação. Continuamos lutando para que as políticas públicas de educação sejam tomadas e desenvolvidas como políticas de Estado”, enfatizou.
Como integrante da Coordenação Colegiada do Fórum Estadual Popular de Educação (FEPE/RS), Sônia defendeu as ações afirmativas e de inclusão nas IFES. “Seguimos na luta em defesa dessas políticas públicas que estão severamente abaladas pelo atual governo federal. Destaco ainda a Conferência Mundial do Ensino Superior da UNESCO, realizada em Barcelona nos dias 19 e 20 de maio de 2022, e que sinalizou para uma disputa mundial em relação à tomada da educação superior como uma mercadoria. Temos que reverter esse quadro! Instalou-se no País uma crise civilizatória, estamos diante de um Estado autoritário e de uma agressão a um patrimônio brasileiro, que é a educação pública, assim como a ciência. Vivenciamos a perda dos direitos humanos num Brasil autoritário. É nesse quadro que lutamos pela redemocratização do País e pela reconstrução do estado democrático de direito, que são objetivos da Conferência Nacional Popular de Educação – CONAPE 2022, a ser realizada nos próximos dias na cidade de Natal/RN”, finalizou.
O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube da CampanhaNacionalPeloDireitoàEducação.
Assista a live aqui.