Ação mobiliza população para votar em candidatos comprometidos com o futuro da educação pública e da ciência
Clara Aguiar
Porto Alegre | 29 de Agosto de 2022 às 18:53
O Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul (Adufrgs-Sindical) lançou nesta segunda-feira (29) a campanha “Votar é sua força: decida o futuro da educação pública de qualidade nas urnas!”. O objetivo é incentivar a participação dos eleitores no processo eleitoral 2022 e ressaltar a importância do voto na manutenção dos direitos sociais estabelecidos na Constituição Federal de 1988.
Como parte da campanha, uma carta foi elaborada contendo uma série de dados relativos ao desempenho do governo de Jair Bolsonaro (PL). Para o sindicato, o “[atual] governo federal vai na contramão das políticas sociais”. Entre os pontos citados no texto estão a má gestão na pandemia da covid-19 e os cortes no Ministério da Saúde e da Educação realizados nos últimos anos. “É nas urnas que deve iniciar o fim da chamada PEC da Morte”, diz um trecho.
Leia a carta da campanha na íntegra
“Todos precisam votar em outubro! Não podemos nos abster, temos de ir às urnas. O país e as nossas instituições de ensino precisam de nós. Vamos trabalhar para eleger candidatos que valorizam a educação pública e a ciência.
Durante a pandemia, o Sistema Único de Saúde (SUS) assistiu milhões de pessoas e a ciência fomentou o desenvolvimento de pesquisas para a produção de vacinas de prevenção à covid-19. No entanto, o governo federal demorou a reconhecer a pandemia e a importância das universidades e institutos federais nesse processo. Uma ação imediata teria evitado a morte de mais de 600 mil pessoas causadas pelas variantes desse vírus.
O governo federal vai na contramão das políticas sociais. Os cortes no Ministério da Saúde atingem R$ 2,7 bilhões. No Ministério da Educação os cortes contabilizam R$ 1,7 bilhão e R$ 3 bilhões no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), incluindo verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), para o financiamento da pesquisa científica e tecnológica. Um dos fatores que contribui para a redução no orçamento da educação e da saúde é a Emenda Constitucional – EC 95/2016, que estabelece o teto de gastos federais. É nas urnas que deve iniciar o fim da chamada PEC da Morte.
A limitação de financiamento público coloca em risco a manutenção e expansão das universidades e institutos federais, o incentivo à pesquisa e à ciência. Isso reflete nos serviços prestados à sociedade. Sem recursos do Estado, não há como garantir políticas de assistência estudantil para permanência dos estudantes nas instituições, nem mesmo investir na carreira dos professores e professoras do Magistério Superior. A valorização da carreira impacta na qualidade do ensino e evita a fuga de cérebros. Portanto a recomposição das perdas da defasagem salarial relativa a março de 2015, que chega a 40%, é essencial na luta da categoria!
O cenário de caos não para por aí. O descaso do governo federal com a educação e os ataques à liberdade de expressão da comunidade universitária fazem parte do contexto atual. É preciso combater atitudes unilaterais que empossam reitores indicados pelo alto escalão, que não foram eleitos democraticamente com maioria de votos. Esse quadro precisa ser revertido!
A população não pode ser impedida de escolher um futuro melhor no processo eleitoral. O voto nas urnas é legítimo! Em outubro, vote em candidatos comprometidos com o futuro da educação pública e da ciência!”
Leia a publicação no portal Brasil de Fato RS aqui.