Nestes dias que antecedem as eleições vivenciamos e muitas vezes presenciamos o discurso por parte de candidatos ao Executivo e Legislativo em defesa da educação, da segurança e da saúde. Sim, quem em sã consciência se pronunciaria contrário a esses quesitos básicos de uma sociedade? A questão é observar que o processo seja pensado a partir da democratização do acesso à estas demandas.
Alertamos para a retórica em defesa da educação pelo viés neoliberal, a partir da meritocracia individualista que reflete o que realmente está por trás do discurso que é o pensamento perverso e excludente.
Nós da ADUFRGS-Sindical temos uma tarefa histórica que é a de resistência e de defesa da cultura plural, respeitosa e democrática. refletindo e destacando as boas perspectivas para a educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil e no Rio Grande do Sul.
Tenho observado e identificado durante as campanhas, novas iniciativas, programas ou políticas e tenho dificuldade em entender a dicotomia da fala e do conceito antagônico nas propostas. Será que os candidatos de partidos políticos que defendem o liberalismo estão realmente ao lado da defesa da educação pública?
Atuam no discurso antagônico e concomitante de distintos campos. Muitos desses partidos representados por candidatos que neste período eleitoral levantam a voz em defesa da educação são justamente os mesmos que votaram a favor dos cortes orçamentários da Educação e da Ciência com medidas e pacotes contra as universidades, contra as escolas públicas e, especialmente, em detrimento da carreira e dignidade dos professores.
A lógica da gestão desse campo ideológico tem como norteador exclusivamente a redução do tamanho do Estado, a
desestruturação da coisa pública tratando-a como privada e a desregulamentação das políticas públicas seja nas áreas: da educação, da cultura da pesquisa, da economia, da saúde, da garantia dos direitos à vida e ao estado democrático de direito.
Neste período que antecede à eleição, temos a oportunidade de conhecer candidatos e propostas. Numa avaliação rápida, identificamos pautas diversas, algumas alinhadas a ideais macro de uma sociedade mais justa e igualitária, outras nem tanto.
Por isso, fiquemos atentos. As eleições de 2022 estão próximas e chega a hora de brasileiras e brasileiros lutarem pela manutenção dos direitos sociais estabelecidos na Constituição Federal de 1988. É dever do Estado garantir investimento público para saúde e educação. Por conta disso, a ADUFRGS-Sindical lançou uma campanha pelo voto em defesa da ciência e da educação pública, gratuita, inclusiva, laica de qualidade social. Votar é mais que seu direito, é sua força. O País e as nossas instituições de ensino precisam de nós. Vamos trabalhar para eleger candidatos que valorizam a educação pública e a ciência.
Jairo Bolter, Presidente da ADUFRGS-Sindical.