Debate “O papel dos professores da educação pública na reconstrução do Brasil”: veja como foi

“O papel dos professores da educação pública na reconstrução do Brasil” foi tema de debate promovido pela ADUFRGS-Sindical e PROIFES-Federação como atividade do Fórum Social Mundial nesta terça, 24, às 9h, no auditório do Sindicato. 

Para debater o tema foram convidados o reitor eleito e não nomeado da UFRGS, Rui Oppermann, o pró-reitor de Ensino no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Lucas Coradini, a coordenadora do Núcleo de Inclusão e Diversidade (NID) da UFCSPA, Luiza Maria de Oliveira Braga Silveira, o professor titular da Faculdade de Educação da UFRGS, Fernando Seffner, o professor titular de História no IFCH-UFRGS (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), Francisco Marshall, e a professora de Artes Visuais no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) Campus Sapucaia do Sul, Carla Giane Fonseca do Amaral.

Abertura 

O diretor Tesoureiro da ADUFRGS-Sindical Eduardo Rolim saudou os presentes e abriu o evento destacando a importância da Educação neste que é o Dia Internacional da Educação e também o Dia do Aposentado. Lembrou que a Internacional de Educação e o PROIFES-Federação escolheram a data para lançar a Campanha global contra a privatização da educação.

Primeira parte

O debate iniciou com mesa composta pelos professores Rui Oppermann (Odontologia/UFRGS) e Fernando Seffner (Faced/UFRGS), e Carla Giane Fonseca do Amaral (IFSUL).

Entre os temas abordados por Oppermann figurou a questão da autonomia universitária, passando pelas características das universidades no âmbito latino-americano. Ele também falou do respeito à diversidade em todas as formas e sobre a situação política no Peru, inclusive com invasão de uma universidade. A mercantilização da educação também esteve em pauta.

Carla Amaral falou sobre os ataques de 8 de janeiro à democracia, que também foram um ataque à arte e identidade nacional dos brasileiros.

O professor Fernando Seffner destacou as diferentes realidades dentro da Educação, inclusive a questão das refeições feitas pelos alunos, muitas vezes criticadas e subestimadas como se não fosse parte do processo. “Há um discurso silencioso ou nem tanto da questão do privado na educação”, também pontuou.

Após um período de debates e respostas de questionamentos feitos presencialmente e online, foi feito um intervalo antes de iniciar a segunda etapa.

Segunda parte

Na segunda etapa , debateram o pró-reitor de Ensino no IFRS, Lucas Coradini, a coordenadora do Núcleo de Inclusão e Diversidade da UFCSPA, Luiza Maria de Oliveira Braga Silveira, professor titular de História no IFCH-UFRGS Francisco Marshall.

O professor Francisco Marshall falou da batalha cultural a ser enfrentada e a necessidade de retomar o discurso. Segundo ele, um dos efeitos do período pelo qual passamos é o que vai contra a ciência. “Não é questão de opinadores. É preciso domínio dos fundamentos éticos e do método (científico). Reconstruir nossa base curricular, melhorar. Carga crítica para curar mentes doentes”, refletiu.

A questão da saúde também foi trazida pela professora Luiza Silveira (UFCSPA). “O professor só existe como sujeito em relação com o outro e traz a dimensão histórica (dele) para esse espaço”, afirmou. Também fala sobre a potência dessas relações e afetos nessa construção, em uma cultura individualista, voltada para consumo, produto. Quem vai mostrar o valor do diálogo será o professor, disse a docente.

O pró-reitor de Ensino no IFRS, Lucas Coradini, alertou para o fato de que os últimos anos mostraram que um outro mundo é possível inclusive para pior e é preciso agir. Coradini lembrou que se espera até um certo heroísmo como peso para os docentes, mas acrescenta que somente o idealismo explica a resistência dos professores e a sua importância na reconstrução do País.

O evento contou com a presença de professores, estudantes e autoridades, como o ex-prefeito de Porto Alegre, Raul Pont, e o presidente da CUT RS, professor Amarildo Cenci.

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