ADUFRGS-Sindical repudia ato racista contra professora da FABICO UFRGS

Protesto reuniu docentes, estudantes e entidades representativas, no pátio da unidade.

Foi instalada uma Comissão Disciplinar na Unidade para averiguar o caso e tomar as devidas providências.

(Atualizada, ver nota adicionada no final desta matéria)

Durante reunião na tarde desta terça-feira, 17, o Conselho da Unidade (CONSUNI) da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul formou uma Comissão Disciplinar para averiguar o caso de racismo cometido por um estudante contra a professora da FABICO UFRGS, Gláucia Vaz. Instituída e homologada por indicação da Corregedoria da UFRGS, a fim de abrir o processo disciplinar discente, a Comissão Disciplinar é formada pelas professoras Sandra de Deus e Jennifer Cuty e pela estudante Jênifer Procópio.

Segundo a diretora da FABICO UFRGS, Ana Moura, após publicação da portaria, a Comissão Disciplinar terá o prazo de 30 dias para apurar e analisar os fatos, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. A diretora mencionou a nota divulgada pela direção da FABICO, “que repudia veementemente qualquer ato de cunho racista, bem como qualquer tipo de preconceito” e que está seguindo os trâmites institucionais da UFRGS (Leia no final da matéria).

O episódio racista foi motivo de repúdio por parte de docentes, estudantes, servidores da UFRGS, parlamentares e entidades representativas como a ADUFRGS-Sindical, que se uniram em um ato público realizado na manhã de hoje, em frente à FABICO UFRGS.

Durante o protesto, a diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical, Ana Karin Nunes, destacou que a atividade foi além de um ato de solidariedade à professora da UFRGS vítima de racismo em sala de aula. “Estamos aqui não somente para apoiar a professora Gláucia. Não se trata de solidariedade é luta! Precisamos tratar essa pauta com mais seriedade, transparência e visibilidade, porque a ADUFRGS-Sindical luta por uma educação mais diversa, antirracista e antimachista todos os dias”, defendeu.  

Professora defende que universidades adotem uma estrutura antirracista para garantir a permanência de docentes e estudantes cotistas.

A professora Gláucia Vaz agradeceu o apoio da ADUFRGS-Sindical no ato de protesto contra o episódio racista que vivenciou na UFRGS. “Temos de lutar por uma universidade onde esse tipo de ato não seja mais aceitável e que não passe impunimente, colocando vidas em risco. Passamos por um dano traumático que é muito difícil de ser superado. Várias pessoas já relataram que passaram por isso e, de fato, temos que implementar uma educação antirracista. Somente com educação seremos capazes de reverter esse quadro”, manifestou.

Gláucia é uma das primeiras professoras a ocupar a vaga de cotas para docentes na UFRGS. “Não adianta, ter uma política de cotas para professores e estudantes se a universidade não tem uma estrutura antirracista e preparada para receber as pessoas para que permaneçam com a saúde e qualidade dentro da instituição”, salientou.

Leia a nota da direção da FABICO UFRGS.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

   

Durante reunião na tarde desta terça-feira, 17, o Conselho da Unidade (CONSUNI) da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul formou uma Comissão Disciplinar para averiguar o caso de racismo cometido por um estudante contra a professora da FABICO UFRGS, Gláucia Vaz. Instituída e homologada por indicação da Corregedoria da UFRGS, a fim de abrir o processo disciplinar discente, a Comissão Disciplinar é formada pelas professoras Sandra de Deus e Jennifer Cuty e pela estudante Jênifer Procópio.

Segundo a diretora da FABICO UFRGS, Ana Moura, após publicação da portaria, a Comissão Disciplinar terá o prazo de 30 dias para apurar e analisar os fatos, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. A diretora mencionou a nota divulgada pela direção da FABICO, “que repudia veementemente qualquer ato de cunho racista, bem como qualquer tipo de preconceito” e que está seguindo os trâmites institucionais da UFRGS (Leia no final da matéria).

O episódio racista foi motivo de repúdio por parte de docentes, estudantes, servidores da UFRGS, parlamentares e entidades representativas como a ADUFRGS-Sindical, que se uniram em um ato público realizado na manhã de hoje, em frente à FABICO UFRGS.

Durante o protesto, a diretora de Comunicação da ADUFRGS-Sindical, Ana Karin Nunes, destacou que a atividade foi além de um ato de solidariedade à professora da UFRGS vítima de racismo em sala de aula. “Estamos aqui não somente para apoiar a professora Gláucia. Não se trata de solidariedade é luta! Precisamos tratar essa pauta com mais seriedade, transparência e visibilidade, porque a ADUFRGS-Sindical luta por uma educação mais diversa, antirracista e antimachista todos os dias”, defendeu.  

A professora Gláucia Vaz agradeceu o apoio da ADUFRGS-Sindical no ato de protesto contra o episódio racista que vivenciou na UFRGS. “Temos de lutar por uma universidade onde esse tipo de ato não seja mais aceitável e que não passe impunimente, colocando vidas em risco. Passamos por um dano traumático que é muito difícil de ser superado. Várias pessoas já relataram que passaram por isso e, de fato, temos que implementar uma educação antirracista. Somente com educação seremos capazes de reverter esse quadro”, manifestou.

Gláucia é uma das primeiras professoras a ocupar a vaga de cotas para docentes na UFRGS. “Não adianta, ter uma política de cotas para professores e estudantes se a universidade não tem uma estrutura antirracista e preparada para receber as pessoas para que permaneçam com a saúde e qualidade dentro da instituição”, salientou.

Leia a Nota de Esclarecimento da direção da FABICO UFRGS.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

    A Direção da FABICO – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação vem a público se manifestar em relação a suposta ‘inércia’ nas providências relacionadas à conduta de racismo ocorrida na Unidade, que vem sendo disseminada nas redes sociais, repudiando veementemente qualquer ato de cunho racista, bem como qualquer tipo de preconceito.

    Com relação ao ocorrido, a Direção tomou conhecimento dos fatos no dia 23 de agosto de 2023, após encaminhamento do processo pelo Departamento de Ciências da Informação – DCI.

    Nesta mesma data, a Direção encaminhou o processo à Corregedoria, instância responsável pela análise de todos os processos desta natureza dentro da UFRGS. Havendo juízo de admissibilidade, a Corregedoria encaminha à unidade para abertura ou não de um Processo Disciplinar.

    A Direção cobrou o andamento do processo e realizou uma reunião com o Corregedor para discutir o assunto, que informou que seria elaborado o parecer técnico pela Corregedoria. Ressalta-se que existem procedimentos a respeito dessas situações estabelecidos pela universidade e pelo serviço público, que dão lisura ao processo disciplinar.

    Na data de hoje, 16 de outubro de 2023, o processo foi recebido pela Direção com o parecer favorável à abertura de um processo disciplinar discente. A constituição da comissão responsável pela instauração, inquérito e julgamento do processo foi incluída na pauta da reunião do CONSUNI – Conselho da Unidade, que será realizada na data de 17 de outubro de 2023.

A Direção se coloca à disposição de todos os envolvidos para esclarecimento dos fatos.

Porto Alegre, 16 de outubro de 2023.

Direção da FABICO


Atualização

NOTA DE ESCLARECIMENTO E APOIO

Porto Alegre, 27 de outubro de 2023.

Nós, membros do Conselho da Unidade da FABICO – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, viemos a público manifestar-nos acerca das medidas adotadas pela Direção da Faculdade em relação à grave denúncia de racismo contra uma colega docente.

Em 23 de agosto do ano corrente, tão logo tomou ciência da denúncia, a Direção encaminhou o caso à Corregedoria da UFRGS, órgão responsável pela avaliação de todas as denúncias desta natureza na Universidade. Conforme estabelecido pelas normativas da instituição, se houver um juízo de admissibilidade, a Corregedoria o encaminha à unidade para a abertura, ou não, de um processo disciplinar.

Desde então, a Direção tem solicitado atualizações sobre o andamento do processo e realizou uma reunião com o Corregedor, que informou que o parecer técnico estava sendo elaborado pela Corregedoria, em conformidade com os trâmites regimentais.

Em 16 de outubro de 2023, o processo foi devolvido à Direção com parecer favorável à instauração de um Processo Disciplinar Discente. A constituição da comissão encarregada da instauração, inquérito e julgamento foi incluída na pauta da reunião do CONSUNI – Conselho da Unidade, dos dias 17 de outubro e novamente em 23 de outubro de 2023. 

Ao monitorar as medidas adotadas pela Direção, verificamos diligência na gestão do caso, sempre em conformidade com o que é estabelecido pela legislação e pelas normas institucionais.

Reiteramos nosso completo repúdio a todas e quaisquer formas de manifestações e comportamentos racistas, seja dentro ou fora desta Universidade. Reafirmamos nosso compromisso irrevogável com os valores de inclusão, pluralidade, justiça e igualdade.

Nesse contexto, expressamos nosso inequívoco e irrestrito apoio à instauração do processo destinado a investigar a referida denúncia, de modo que os fatos sejam adequadamente apurados e julgados.

Salientamos que a Direção e os membros deste Conselho tomaram conhecimento da denúncia apenas quando o processo foi disponibilizado no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), em 23 de agosto, o qual tramita em sigilo, ainda que rumores acerca do incidente circulassem externamente à Faculdade desde o final de julho. Além das medidas apropriadas e necessárias para a instauração de um processo disciplinar pela Direção, a Coordenação do curso de Biblioteconomia e a Chefia do Departamento de Informação buscaram a colega docente para ouvi-la e oferecer apoio e acolhimento; contudo, ela optou por se manifestar somente no contexto do processo.

Portanto, sublinhamos nosso entendimento de que a Direção agiu de maneira adequada e rigorosa na busca por uma resolução justa e legalmente embasada, além de expressar nosso apoio ao processo que será instaurado, visando prevenir atitudes nefastas e prejudiciais ao convívio harmonioso, pacífico e respeitoso entre todos.

Conselho da Unidade da FABICO