É isso que a extrema-direita tem a oferecer para Comissão de Educação da Câmara

Foto: Leonardo Sá/Agência Senado


A nomeação de Nikolas Ferreira (PL) para presidir a Comissão de Educação da Câmara justamente no ano em que a casa do povo deve votar o Plano Nacional de Educação, amplamente discutida e aprovada em centenas de conferências municipais, estaduais e federais, é uma afronta ao País. O deputado, de profissão não declarada, não apresentou nenhum projeto sobre o tema e preferiu ter uma atuação focada em temas de confronto ideológico. É considerado um dos mais estridentes defensores das teses extremistas, antidemocráticas e antiplurais no que diz respeito à educação. Além disso, dá pouca ou nenhuma importância para a ciência em suas manifestações públicas, demonstrando total falta de qualificação para o cargo.

Inclusive, já demonstrou em seus discursos no Plenário da Câmara e manifestações em redes sociais, absoluto desprezo pelo contraditório e desrespeito por aqueles que pensam diferente dele. É lamentável que seu partido, o PL, tenha como melhor quadro escolhido para presidir uma das mais importantes comissões da Câmara dos Deputados o “notório e notável” deputado, que indagado numa gravação de podcast sobre a teoria do terraplanismo respondeu “eu nunca estudei isso… se a Terra é plana, oval ou quadrada, caguei”. Para ele, a ciência tem pouca ou nenhuma importância.

Mesmo contrariados com a nomeação, como instituição que representa cerca de quatro mil professores de Universidades e Institutos Federais do RS, manteremos uma postura republicana e democrática, respeitando o Regime da Câmara e seu direito democrático na escolha. Seguiremos na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, em todos os níveis, e em defesa de melhores salários e condições de trabalho para as professoras e professores do ensino público federal.

Jairo Bolter, Presidente da ADUFRGS-Sindical

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