Internacional da Educação, organizadora do evento, é a federação sindical internacional que reúne organizações de docentes e outros trabalhadores da educação de todo o mundo
A vice-presidente da ADUFRGS-Sindical, Ana Boff de Godoy, faz parte da delegação que representa o PROIFES-Federação no 10º Congresso da Internacional da Educação, que ocorre na Argentina, em Buenos Aires (veja aqui), organizado pela Internacional da Educação. Nesta sexta-feira, 2, ela falou sobre a tragédia que acometeu o Rio Grande do Sul neste ano. Confira:
“Falo em nome do PROIFES-Federação, Brasil. Sou professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Talvez vocês tenham ouvido falar da minha cidade recentemente, pois fomos palco da maior inundação jamais vista no Brasil.
No início de maio desse ano, chuvas fortes e permanentes inundaram 475 cidades do Rio Grande do Sul; 60 mil famílias foram atingidas; 12 mil perderam suas casas; 182 pessoas morreram e 32 continuam desaparecidas. Em Porto Alegre, ao menos 200 escolas foram atingidas. Até mesmo o nosso aeroporto sofreu sérios danos e segue inoperante.
A principal atividade econômica do sul do país é a agricultura e a pecuária. O pampa é o nosso principal bioma, o qual está sendo comprometido pela legislação ambiental permissiva aos interesses econômicos.
As chuvas são um fenômeno natural, mas não é natural sua intensidade e volume. Suas consequências são fruto da má ocupação do território, da impermeabilização asfáltica nas cidades, da devastação das nossas florestas e das margens fluviais, da monocultura, da superexploração mineral, que empobrece o solo e provoca erosões. Produzimos e desperdiçamos alimentos para um mundo onde pessoas continuam morrendo de fome.
A sociedade de consumo perdeu o limite e se desumanizou. Precisamos confrontar esse modelo e mudar o nosso modo vida. Precisamos compreender e aceitar os limites da natureza, com base científica e ética. Precisamos aprender e ensinar os conceitos de saúde única, saúde global, desenvolvimento sócio ambiental sustentável e justiça socioambiental. Essa é tarefa da educação e precisa estar na pauta dos nossos sindicatos e, por isso, apoiamos essa resolução.“
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