Gigantes da Comunicação e do Agronegócio estão entre as 10 empresas nacionais mais beneficiadas.
A discussão sobre os cortes no orçamento do governo federal e a redução dos gastos públicos voltou à pauta. E novamente o mercado financeiro está com as garras afiadas e de olho no orçamento do governo federal destinado às áreas sociais.
O Ministério da Fazenda divulgou na semana passada, pela primeira vez, a lista das empresas beneficiadas pelos incentivos fiscais. E para a nossa não surpresa as gigantes da Comunicação e do Agronegócio estão entre as 10 empresas nacionais mais beneficiadas. Somente a Globo ultrapassa os R$150 milhões de isenção de impostos. Já as empresas ligadas ao agronegócio representam, juntas, cerca de 20% do total do valor de todas as empresas, que somam R$546 bilhões. Os dados levam em consideração somente os meses entre janeiro e agosto de 2024. A lei está em vigor há quase 10 anos. Para se ter uma ideia, dados do Portal da Transparência apontam que, em 2023, foram investidos R$12,5 bilhões na Educação Superior. O valor da renúncia fiscal até o momento significa 3 vezes o orçamento previsto para a Educação em 2024.
Na guerra das narrativas os detentores do monopólio da Comunicação que muitas vezes se confundem com o Agronegócio, no Brasil, se utilizam de seus editoriais pregando o gasto mínimo do governo nas áreas sociais. Tanto nas páginas dos jornais quanto nas bancadas de seus telejornais os seus formadores de opinião falam forte em uníssono – o governo deve apertar o cinto – e ter responsabilidade fiscal – dizem quase que repetidamente num jogral antipovo, do alto de seus bilhões que deixam de contribuir para a previdência social por exemplo.
Sendo que até mesmo a aposentadoria de seus funcionários são pagas não por eles, mas por você, por nós contribuintes. Isso mesmo. Somos nós que custeamos a aposentadoria de trabalhadores destas empresas. De acordo com economistas, os benefícios concedidos a determinadas companhias nem sempre convertem-se em benefícios à população, reforçando os problemas da economia nacional.
Empresários de setores que já são fortes no país usam o poder que têm para pressionar por renúncias e se tornarem ainda mais fortes e mais ricos.
Está claro porque a retórica é sempre a mesma quando o governo investe em educação e saúde públicas. A chiadeira é grande. A lógica deles é socializar os prejuízos e privatizar os lucros.
A ADUFRGS-Sindical está em permanente campanha por maiores investimentos nas áreas sociais, principalmente na educação e na ciência públicas. Também apoia diretamente a luta pela taxação das grandes fortunas.
Diretoria ADUFRGS-Sindical