ADUFRGS-Sindical alerta para mais uma ocorrência envolvendo o Instituto de Artes da UFRGS

Na sexta-feira, 6, uma ocorrência preocupante marcou uma atividade do Instituto de Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De acordo com o diretor do Instituto, professor Carlos Eduardo Fecher, duas pessoas identificadas como pertencentes ao grupo MBL invadiram um evento, atrapalhando o andamento das atividades e gerando constrangimentos. Eles também teriam promovido o mesmo tipo de invasão no dia anterior, no Centro Cultural da UFRGS.

Em vídeo postado na própria sexta-feira, o diretor relata que essas pessoas chegaram com câmeras na mão, registrando “mazelas” que são públicas e reconhecidas pela comunidade, mas de forma desrespeitosa. “Interceptaram estudantes nossos com perguntinhas retóricas, desconfortáveis, de maneira vexatória, intimidatória. Não aceito esse tipo de desrespeito. Isto aqui é uma universidade pública, é uma casa pública, mas não é vulgar”, protestou o diretor. 

Carlos Fecher destacou números de avaliações recentes do Ministério da Educação em que o Instituto de Artes obteve nota máxima, apesar dos problemas orçamentários. “O nosso orçamento, ele é deficitário por uma política estabanada, interesseira, de um Congresso Nacional que faz as suas previsões orçamentárias baseadas nos seus interesses particulares e mesquinhos”, disse o diretor. “Isso é um desrespeito com o ensino de qualidade gratuito nesse país”, afirmou, listando as notas e reforçando o caráter público dos dados.  

O Instituto sofre com problemas de infraestrutura e segurança. Necessita de obras, ampliação e realocação, demandas antigas apoiadas pela ADUFRGS-Sindical. No dia 29 de abril, uma professora do IA foi picada por um tipo raro de escorpião amarelo na sala de cerâmica da instituição. A docente precisou de atendimento no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) antes de ser liberada. A ADUFRGS já havia alertado sobre os riscos à comunidade universitária, conforme levantamento realizado e publicado, um ano antes, no Jornal ADverso, em que foram demonstradas as condições precárias do IA e outras unidades da UFRGS. Condições estas que são agravadas pelos repetidos cortes orçamentários e as dificuldades de fazer planejamento de melhorias e manutenções. 

Para o presidente da ADUFRGS-Sindical, professor Jairo Bolter, é preocupante que agora grupos políticos façam uso de intimidação para tratar de problemas da universidade. Em vez de unir-se à comunidade acadêmica para resolver essas demandas, o que está ocorrendo são abordagens que aumentam a sensação de insegurança dos professores e alunos que já convivem com problemas suficientes e que precisam ser enfrentados, em especial no que diz respeito à necessidade de recomposição do orçamento da universidade, que é o que a ADUFRGS-Sindical defende. “A nossa luta da ADUFRGS-Sindical e do PROIFES-Federação é pela recomposição orçamentária da educação pública, tal como nos moldes de 2014”, reforçou Bolter.