Nesta quarta-feira, 22, o PROIFES-Federação participou de reunião da 12ª Mesa Nacional de Negociação Permanente, no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), onde o governo ofereceu uma proposta de reajuste do auxílio alimentação, começando a ser pago em dezembro 2025, e informou que o projeto de lei que regulamenta a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estabelecendo garantias para a organização sindical no setor público e regulamentando o direito de greve, será encaminhado ao Congresso Nacional este ano. A reunião também abordou a reforma administrativa, em pauta no Legislativo. Reforma será tema de marcha dos servidores em 29 de outubro, em Brasília (veja aqui). A ADUFRGS-Sindical comentou a proposta recebida e a luta que permanece, pela equiparação dos auxílios.
Sobre a proposta apresentada, o presidente da ADUFRGS-Sindical, Jairo Bolter, destacou que esse reajuste não faz parte do acordo assinado recentemente. “É algo mais, que vem no bojo de um movimento que nós estamos fazendo, e continuaremos fazendo, que busca a equiparação dos auxílios com os demais poderes”, explicou. Conforme o sindicalista, esse percentual de 17,5% não equipara aos demais poderes ainda, mas dá um importante passo. “Isso mostra que a nossa luta pela equiparação com os demais poderes é importante e que nós precisamos continuar na busca dessa conquista”, complementou.
De acordo com Bolter, esse reajuste mostra um certo compromisso de buscar melhorar as condições de trabalho dos servidores públicos federais, tanto os reajustes no auxílio alimentação como auxílio à creche e saúde. “São (benefícios) importantes, porque visam um comprometimento do governo com os servidores públicos federais. Nós estamos certos de que nós conseguiremos, ao longo dos próximos anos, fazer esta recuperação salarial dos nossos salários, em especial aquela perda que nós ainda não recuperamos, fruto dos seis anos sem reajustes”, afirmou. “Estamos lutando para que isso aconteça, para que haja a recuperação do poder de compra dos nossos salários. Nesse sentido, avançamos de forma muito significativa”, analisou Bolter.
O sindicalista avaliou ainda que o processo de retomada da negociação está sendo positivo. “Conseguimos avançar na reestruturação da carreira. No ano que vem, fruto do acordo que nós assinamos, haverá um reajuste de 3,5%, mais um reajuste dentro da reestruturação da carreira que continua em 2026 também. Então, vamos ter um reajuste para além da inflação do período, recuperando em partes as perdas que nós tivemos ao longo dos últimos seis anos, considerando governos anteriores, em que ficamos sem reajuste tanto salarial quanto nos auxílios. Também ficamos com a carreira estagnada e não conseguimos avançar naquele período”, disse Bolter.
O presidente da ADUFRGS-Sindical também destacou o aumento dos gastos com saúde ao longo dos últimos anos. “Esse gasto aumentou significativamente e, em especial, o reajuste no auxílio alimentação precisa ser maior, uma vez que também beneficia diretamente os aposentados”, lembrou Bolter. “A nossa luta é por um valor de auxílio saúde maior do que o que nós temos atualmente, primeiro, pelo aumento dos custos com os planos de saúde, mas, em especial, porque ele atinge os aposentados e as aposentadas”, assegurou.
Apesar dos ganhos obtidos até o momento, Bolter ponderou que ainda há muito a fazer. “A nossa luta continua, tanto pela equiparação dos auxílios com os demais poderes, como também por mais reajuste salarial nos próximos anos, para que a gente possa recuperar, enfim, as perdas que nós tivemos de 2015 para cá”, destacou.
Veja a seguir os valores referentes a cada auxílio:
Auxílio-Alimentação
- Reajuste em maio/2023: de R$ 458,00 → R$ 658,00 (+43,66%)
- Reajuste em maio/2024: de R$ 658,00 → R$ 1.000,00 (+51,97%)
- Reajuste acumulado (2016–2024): 118,34%
- Proposta para dezembro/2025: acréscimo de 17,5%, passando a R$ 1.175,00
- Reajuste acumulado total até 2025: 156,55%
Auxílio Pré-Escolar
- Valor sem reajuste desde 2016: R$ 321,00
- Novo valor: R$ 484,90 (+51,05%)
Assistência à Saúde Suplementar
- Reajustes variam entre 5% e 100%, priorizando servidores com menor remuneração e faixas etárias mais altas
- Valor médio passou de R$ 144,00 → R$ 215,00 (+49,30%)
- Maior valor pago passou de R$ 205,63 → R$ 411,26
- Há previsão de que, a partir de abril/2026, os benefícios sejam reajustados pelo IPCA, dependendo da aprovação da LOA
