O diretor Tesoureiro da ADUFRGS-Sindical e diretor de Relações Internacionais do PROIFES-Federação, professor Eduardo Rolim, participou nesta quinta-feira, 31, do programa Espaço Plural, da Rede Estação Democracia, que abordou a pressão dos servidores federais ao governo por reajuste salarial.
Também participaram do debate a presidenta da ADUFPEL, Regiana Blank Wille, e o coordenador-geral do SINASEFE, David Lobão.
O professor Eduardo Rolim lembrou que 31 de março é um dia em que é preciso chamar a atenção para a necessidade de democracia, recordando o ano de 1964 e o início da ditadura no país. “[A ditadura] É algo que não se pode defender”, disse o sindicalista, antes de entrar diretamente no tema das perdas salariais. Rolim então relatou que as perdas já chegam a 35%, desde março de 2015, e que o trabalho remoto dos últimos dois anos aumentaram ainda mais os custos para os professores. “É tudo isso que estamos querendo mostrar à sociedade, inclusive com um ato nacional, hoje, para defender a universidade pública”, acrescentou. (Veja aqui mais informações sobre o ato e a live que acontece nesta quinta, 31, às 18h, e aqui sobre as atividades no campus central da UFRGS, realizadas pela manhã.)
O sindicalista reforçou que os professores lutam não só pela reposição salarial, mas também pelos cortes orçamentários dos ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia, que afetam o trabalho nas universidades e instituições federais de ensino superior. “A Emenda Constitucional (EC) 95 compromete ainda mais o orçamento. É possível que se torne impossível até o pagamento da folha”, denunciou. Rolim adicionou que a proximidade das eleições também é outro fator que reduz os prazos para concessão de reajustes. “Precisamos garantir que o orçamento de 2023 inclua a educação. Não é possível seguir como está”, disse o sindicalista.
Outro problema é a falta de uma mesa de negociação. “Isso é muito ruim para a democracia, há muito que denunciamos essa falta de diálogo. É um governo que não negocia”, afirmou, citando a necessidade de projeto de lei para reajuste de servidores como outro fator de dificuldade. “E nossa pauta vai além disso, inclui a questão dos cortes de orçamentos. É preciso lutar e mostrar a importância das universidades”, explicou.
Sobre a possibilidade de greve, o sindicalista relatou que a última Assembleia Geral Extraordinária decidiu que ainda não é o momento para uma greve (veja aqui), que é um “processo em construção”. “A greve não é o único instrumento de mobilização. É preciso mostrar para a sociedade, em especial neste ano eleitoral, a importância da Educação. Se for o caso de [decidirmos entrar] greve, ela deve vir acompanhada da conscientização da população”, disse, não descartando que o processo culmine em uma grande greve. “Mas precisamos mobilizar professores e sociedade”, complementou.
Rolim destacou que as entidades que defendem os servidores e professores públicos federais podem ter diferenças de estratégias mas possuem uma grande causa comum, e que é preciso “focar nos grandes consensos”. “Temos que conversar com os estudantes todos os dias. Não é só uma questão de salário, é pela universidade. Há uma grande convergência nesse sentido. Temos é que derrubar esse governo fascista”, concluiu.
Confira a íntegra do debate no vídeo.
Acompanhe aqui os 15 pontos de reivindicação da pauta da campanha salarial 2022 #ReposiçãoSalarialJá.