Professores e professoras das universidades públicas e institutos federais, da base da ADUFRGS-Sindical, somaram-se à luta do movimento estudantil contra os cortes na educação pública e na ciência durante ato nacional, na tarde de terça-feira, 18 de outubro.
O protesto convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE RS), recebeu apoio de movimentos sociais e sindicais. Acompanharam a atividade o presidente do sindicato, Jairo Bolter, a vice-presidente, Ana Boff de Godoy, a diretora de Secretaria, Regina Witt e a diretora de Assuntos de Aposentadoria e Previdência, Mariliz Gutterrez, a presidente do Conselho de Representantes, Luciana Nunes e docentes filiados.
Em Porto Alegre, os manifestantes deslocaram-se da UFCSPA e do IFRS até o pátio da Faculdade de Educação da UFRGS, onde saíram em caminhada até a Reitoria da Universidade, entoando palavras de ordem contra o reitor, Carlos Bulhões, não eleito pela comunidade. A multidão denunciou o desmonte da educação pública, percorrendo as ruas da capital gaúcha, até a Esquina Democrática, Avenida Borges de Medeiros e Largo Zumbi dos Palmares.
Durante o ato, o presidente da ADUFRGS-Sindical, Jairo Bolter, alertou a população sobre o “projeto político de sucateamento das universidades públicas e institutos federais”. “Precisamos manter as instituições federais de ensino superior. Retirar dinheiro da educação e da ciência não é nada estratégico para o desenvolvimento do País. Um governo que se preza e que busca desenvolver o país vai investir em educação e ciência. Seguiremos na luta unificada em defesa da educação pública gratuita e de qualidade social, da ciência e da democracia”, garantiu.
Segundo Airton Silva, presidente da UEE RS, o projeto do Governo Federal de desmonte da educação pública deve ser derrotado. “Nós entendemos que precisamos casar as pautas, a educação não é algo isolado de um plano geral e nós precisamos derrotar o Bolsonaro, o principal inimigo, e eleger Lula para termos uma alternativa real de construção e de acabar com a barbárie, destacou.”
Cortes na Educação
Em nota técnica sobre os impactos dos cortes orçamentários anunciados no dia 30 de setembro, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) constatou que, caso o Governo Federal não recuasse, haveria um corte de 5,8% no orçamento do Ministério da Educação, o que representaria um contingenciamento de R$ 328,5 milhões nos recursos disponíveis para o custeio das universidades federais. A entidade pontuou ainda que, se somados todos os cortes do ano, o orçamento das universidades aprovado para 2022 seria reduzido em R$ 763 milhões.
Após a pressão de reitores, professores e estudantes de universidades e institutos federais, o Governo Federal recuou e anunciou o desbloqueio de R$ 328,5 milhões das universidades federais e de R$ 147 milhões dos institutos federais.