Contexto político, pedagógico, saúde e previdência são destaques nas mesas de debate do II Seminário Nacional EBTT

O primeiro dia de atividades do II Seminário Nacional da Carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico das Instituições Federais Públicas de Ensino EBTT contou com duas mesas de debates na manhã desta sexta-feira, 18, em Porto Alegre.

Com o tema “Os desafios da carreira do EBTT no cenário pós-pandemia”, a atividade reúne delegações de dez estados do País, que fazem parte da base da Federação. O evento é promovido pelo PROIFES-Federação e sediado pela ADUFRGS-Sindical.

A Mesa 1 “Contexto político, pedagógico e saúde dos docentes do EBTT na pandemia e pós-pandemia” foi contextualizada por Maristela Mosca, presidente do CONDICAP, Isaura Brandão, vice-presidente da ADURN, e Marcelo Freitas da Silva, vice-presidente do CONDETUF. O professor Reginaldo Soeiro, representante do PROIFES-Federação, fez a mediação dos trabalhos.

De acordo com Maristela Mosca, a pandemia foi um desafio para os docentes e famílias de estudantes na tentativa de separar casa e escola. “As famílias tiveram que se adaptar às práticas pedagógicas e aprenderam a valorizar mais o ensino”, observou.  

A professora destacou ainda a importância da autonomia pedagógica na escola básica dentro das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) para garantir uma educação pública de qualidade. “Os Colégios Aplicação são espaços de inovação e trabalham de forma intensa na formação e capacitação de professores, especialização, mestrado e doutorado. Diante de uma cultura escolar imposta, queremos levar aos docentes diferentes maneiras de fazer educação. Temos de pensar na inovação pedagógica e no acesso universal para formar alunos pensantes. Autonomia pedagógica é uma premissa da universidade”, refletiu. “Se a sociedade não é a mesma, a escola não pode ser a mesma.”

Isaura Brandão, vice-presidente do ADURN-Sindicato, apresentou os resultados de uma pesquisa referente à saúde mental e docência durante a pandemia. “Estudos indicam que o adoecimento da população mundial se deve a fatores emocionais. O isolamento social e a sobrecarga de trabalho no período de pandemia afetaram a saúde mental dos docentes. Sentimos a necessidade de acolhimento para os professores”, refletiu.

A docente citou a falta de valorização profissional, salarial e a sobrecarga de trabalho dos professores como fatores que contribuíram para o adoecimento mental. “Crise de ansiedade, depressão, estresse, Síndrome Burnout são as principais doenças identificadas nesse período de pandemia. Tristeza, solidão, desesperança, adoecimento mental, exploração no trabalho do professor, falta de políticas de apoio aos docentes, ameaça à integridade física e psicológica fazem parte desse contexto”, explicou. “É necessário refletir o que estamos fazendo por nós mesmos e o que podemos fazer pela nossa classe em relação as políticas de saúde.”

Marcelo Freitas da Silva, vice-presidente do CONDETUF, comentou sobre o contexto político da pandemia e ressaltou a atuação do CAP como instituição vinculada à educação de ensino superior. “Grande parte dos alunos não tinham infraestrutura para ingressar nas aulas do sistema online. Os pais passaram a ser especialistas em educação e passaram a reconhecer e dar mais valor ao trabalho dos professores”, comentou. “Temos de refletir sobre o contexto político que perpassa pela nossa carreira para avançarmos.”

A Mesa 2 “A aposentadoria dos servidores federais, ontem, hoje e amanhã para docentes da Educação Básica” teve como palestrante o professor Eduardo Rolim, diretor Relações Internacionais do PROIFES-Federação e diretor tesoureiro da ADUFRGS-Sindical, e como mediadora a professora Gilka Pimentel, diretora de Comunicação da Federação e da ADURN. 

Rolim orientou os professores em relação as condições de aposentadoria e explicou os impactos da reforma da previdência – EC 103/2019 de 12/11/2019. O professor abordou a situação da previdência dos servidores públicos, em especial a previdência dos professores da educação infantil, fundamental e médio, levando em conta o tempo de aposentadoria e quanto irão receber de benefício. Também apontou as vantagens e desvantagens sobre a migração para a FUNPRESP, que tem o prazo limite até o dia 30 de novembro.

Assista o vídeo do professor Rolim sobre o assunto.

O Seminário Nacional EBTT segue durante a tarde deste dia 18 de novembro e segue até amanhã, na sede da ADUFRGS-Sindical.

Fotos: Lissiany Oliveira e Simone Ramos

Confira a programação.

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