Mesa 3 debate jornada e condições de trabalho no II Seminário EBTT

Na tarde desta sexta-feira, 18, a 3ª mesa de debates do II Seminário Nacional EBTT abordou o tema “Jornada e condições de trabalho”.

Mediada pelo professor Adauto Taufer Locatelli, diretor social e cultural da ADUFRGS-Sindical, a rodada teve como debatedores a professora Maristela Mosca, presidente do CONDICAP, e os professores Nilton Brandão, presidente do PROIFES-Federação, e Marcelo Freitas da Silva, vice-presidente do CONDETUF.

“Temos a responsabilidade de apresentar uma educação avançada e de qualidade, porém respeitando os limites dos professores e das professoras. Portanto, a jornada de trabalho precisa ser adequada”, afirmou presidente Nilton Brandão.

O professor falou ainda sobre a Portaria 983 do Governo Federal, que segundo ele, dá uma carga horária mínima de trabalho e viola flagrantemente o tripé, pesquisa, ensino e extensão. “Sem pesquisa e extensão, os professores seriam apenas dadores de aula e isso compromete seriamente a estrutura da carreira do EBTT. Defendemos pesquisa a extensão com dedicação exclusiva à educação técnica federal”, reforçou. “A Portaria 983 é inconstitucional e viola a igualdade de direitos do EBTT e a autonomia dos institutos federais.”

Para a professora Maristela, lutar pela carreira e pela manutenção de direitos é um objetivo único dos docentes do EBTT e do Magistério Superior. “Estamos juntos e devemos lutar pelos nossos direitos. Lugar da docência é onde trabalhamos em equipe. É importante buscarmos condições de formação”, manifestou. “Vivemos em uma sociedade acelerada e adoecida e ainda não sabemos como lidar com isso”, refletiu.

O professor Marcelo Freitas analisou a pandemia como um momento de oportunidades. “Não podemos pensar apenas nas condições desfavoráveis, mas considerar os avanços na educação nesse período. As aulas online são uma herança da pandemia e trouxeram melhores condições de trabalho em tudo que tange a educação”, considerou. Freitas avaliou que a Portaria 983 divide a carreira e ainda comentou sobre questões que precarizam a educação pública como os cortes orçamentários no MEC e a ingerência administrativa nas instituições de ensino.

Já o professor Adauto Locatelli comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores para oferecer uma educação de qualidade à distância durante a pandemia. “No período de distanciamento social tivemos que aprender a dominar as ferramentas tecnológicas para ministrar uma aula de qualidade. Nosso esforço foi incansável diante de todas as barreiras. O professor ainda é visto como herói pela sociedade”, ressaltou.

Ao final do debate da Mesa 3, os participantes reuniram-se em grupos de trabalho para elaborar propostas para a plenária final de amanhã, 19, com base no documento referência do II Seminário EBTT. 

Fotos: Lissiany Oliveira e Simone Ramos

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