Exercícios do método Pilates para a saúde e bem-estar

Filiados podem participar das atividades na sede da ADUFRGS

Confira o artigo do professor Alex Fagundes, que ministra as aulas de pilates e alongamento na ADUFRGS dentro da parceria com a ESEFID, para o Jornal da UFRGS

Bem-estar | O educador físico Alex Fagundes aponta os benefícios do método criado por Joseph Pilates para diferentes faixas etárias

A prática de exercícios físicos sistematizados tem sido cada vez mais procurada, pois, de acordo com muitos estudos científicos, quando bem orientada, está diretamente relacionada com a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida geral dos indivíduos de todas as idades e níveis sociais (1). Nesse sentido, existem amplas possibilidades de práticas corporais que podem contribuir para esse objetivo, dentre as quais os exercícios do método Pilates.

No início do século XX, o alemão Joseph Humbertus Pilates (1883-1967) desenvolveu a Contrologia, hoje conhecida como método Pilates. A Contrologia foi criada como um método de exercícios que observa o corpo e a mente como um todo unificado e utiliza exercícios que combinam e integram os princípios do método, partindo do centro de força (“Power House“, em inglês), que compreende a região abdominal. Visa-se, assim, proporcionar uma maior harmonia do corpo e da mente, desenvolver uniformemente a musculatura do corpo e desenvolver a força dinâmica (como o ato de caminhar ou correr) e a estática (como ficar parado em pé) por meio de uma maior consciência corporal.

O Pilates também promove a melhoria em vários aspectos: flexibilidade, resistência física, força, equilíbrio, coordenação motora, concentração, controle da respiração. Ainda auxilia em termos sociais, na qualidade de sono, na qualidade de vida, no enfrentamento à depressão, na melhoria do desempenho funcional, na prevenção de lesões, na reabilitação, dentre outros benefícios físicos e mentais.

O método possui seis princípios que caracterizam a prática e devem ser considerados durante a realização dos exercícios: centralização, concentração, controle, precisão, fluidez e respiração. O instrutor de Pilates, durante o ensino dos exercícios, aplica esses princípios de forma gradual, à medida que o aluno vai se familiarizando com eles e evoluindo de exercícios simples a mais complexos.

A aula pode ocorrer de duas maneiras, sendo que, em ambas, os resultados para o condicionamento físico são os mesmos. Assim, há a modalidade no solo, conhecida como “Pilates Solo” (em que se são utilizadas bolas, tiras de borracha, rolos de EVA e aros conhecidos como “Magic Circle”). A segunda modalidade utiliza aparelhos específicos que lembram camas, pois alguns dos aparelhos do método foram idealizados durante o período que Joseph esteve exilado na Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial e foi voluntário em uma enfermaria onde conectava molas às camas para que os feridos pudessem fazer exercícios mesmo nessas condições.

O método Pilates oferece, de acordo com muitas publicações científicas, vários benefícios para a saúde e pode ser aplicado em diversas populações, desde crianças, adultos e idosos com ou sem limitações neurofuncionais, como doença de Parkinson, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, etc. Pode ser aplicado também para reabilitação ou prevenção de lesões osteomusculares, como desvios posturais, pós-cirúrgicos, hérnia de disco, fibromialgia, e como complemento para o treinamento do desempenho atlético de vários esportes.

Em gestantes, a prática do Pilates demonstrou melhorar a qualidade de vida, a qualidade do sono e a mobilidade física, além de reduzir a dor no quadril e na região da coluna lombar. Nas mulheres em pós-menopausa, o Pilates mostrou efeitos significativos na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde e na densidade mineral óssea (8). Em adultos e idosos, tanto em indivíduos saudáveis ​​quanto com condições clínicas, o Pilates demonstrou efeitos positivos na saúde física e psicológica, incluindo a melhora da força muscular, do equilíbrio, da flexibilidade, da qualidade do sono e da consciência corporal, diminuído a incidência de quedas e dores musculares limitantes (9). Assim, por ser um método sem impacto físico no qual os exercícios são realizados de forma lenta ou moderada, é perfeitamente adequado às diversas necessidades específicas de seus usuários e níveis de condicionamento físico.

Fonte:
SIMAN, Dinah. Pilates-Based Movement for Menopause: A Guide for Teachers and Practitioners. Jessica Kingsley Publishers, 2024.
ANDERSON, Brent. Pilates rehabilitation. In: Integrative Therapies in Rehabilitation. Routledge, 2024. p. 227-238.

Alex de Oliveira Fagundes é técnico do Laboratório de Pesquisa do Exercício (Lapex), pós-doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da Esefid/UFRGS e instrutor de Pilates desde 2011.

Leia a publicação original no Jornal da Universidade aqui