Professoras representam a ADUFRGS-Sindical na 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras em Brasília

Alegria e resistência fazem parte da luta das mulheres negras. Marcha trouxe visibilidade e reforçou a luta antirracista.

Por reparação, bem-viver e uma educação antirracista, as professoras Fernanda Bairros (UFRGS), Caroline Silva (UFCSPA) e Sandra Silveira (IFSul) somaram-se às lideranças femininas na 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, em Brasília, na terça-feira (25/11). A presença das docentes na atividade reafirmou o compromisso do sindicato com a luta em combate ao racismo e contra qualquer tipo de discriminação.

Segundo a organização do evento, cerca de 300 mil mulheres de vários estados do Brasil percorreram a Esplanada dos Ministérios. O número ultrapassou a primeira edição da marcha, em 2015, que reuniu mais de 100 mil mulheres.

A marcha de 2025 iniciou no Museu Nacional e contou com o pronunciamento autoridades do Executivo Federal, lideranças dos movimentos sociais, sindicais, políticos, além de artistas e ativistas antirracistas.

As mulheres negras defenderam pautas específicas, que incluem justiça social e de gênero, equidade de oportunidades, espaços de poder e decisão, políticas públicas e dignidade. Elas também reforçaram a luta contra o racismo, o machismo, a homofobia e a violência.

A professora do Departamento de Saúde Coletiva da UFRGS, Fernanda Bairros, defendeu o direito à saúde coletiva e à segurança alimentar para as mulheres negras. Ela honrou a ancestralidade e a memória das lideranças negras que se destacaram na luta antirracista como a sua tia, Luiza Bairros, ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014.

Fernanda também convidou o público para a exposição Luiza Bairros: Lentes e Voz, que acontece no Espaço Mário Gusmão, na Casa da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Palmares, em Brasília, até 31 de março de 2026.

De acordo com a professora de Sociologia do IFSul, Sandra Silveira, a segunda edição da Marcha Nacional das Mulheres Negras foi um momento de visibilidade e resistência. “Somos docentes de universidades públicas e mulheres de vários segmentos que buscam equidade para superar as desigualdades sociais. Espero que essa mobilização resulte no bem-viver de todas as mulheres brasileiras”, afirmou.

Para a professora da disciplina de Responsabilidade Social do Departamento de Educação e Humanidades – DEHU da UFCSPA, Caroline Silva, a marcha foi um instrumento político para reivindicar as pautas femininas da negritude. ” Eu saúdo o engajamento da ADUFRGS-Sindical nesse grande movimento de mulheres negras por reparação e bem-viver. Estamos em processo de construção da terceira marcha e contamos com o apoio do sindicato, pois o combate ao racismo é um compromisso da sociedade brasileira”, destacou.

A marcha encerrou com shows e atividades culturais com artistas negras.