Secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT-RS, Luciana Nunes, lembrou que a luta LGBTQIAPN+ é também uma luta trabalhista e destacou apoio da ADUFRGS-Sindical
A 28ª Parada Livre de Porto Alegre tomou conta da Redenção no domingo, 7, com o tema “Revolte-se! Parada é protesto”, reafirmando que celebrar também é lutar por direitos, dignidade e políticas públicas para a população LGBTQIAPN+. A CUT-RS marcou presença com apoio institucional e participação ativa, reforçando seu compromisso histórico com a diversidade, os direitos humanos e a organização da classe trabalhadora.
A secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT-RS, Luciana Nunes, lembrou que a luta LGBTQIAPN+ é também uma luta trabalhista. A dirigente destacou que a comunidade enfrenta jornadas exaustivas, precarização e desigualdades que se expressam tanto no mundo do trabalho quanto no acesso ao lazer, cultura e educação.
“A comunidade LGBTQIAPN+ está nessa luta, que é contra a escala 6×1. A gente quer trabalhar 5 por 2, ter dois dias não só para se divertir, mas para nossos espaços de cultura, estudo e descanso”, afirmou Luciana.
Ela reforçou ainda a importância da organização coletiva para enfrentar desigualdades e ampliar direitos: “Aqui nós temos o apoio da CUT-RS, da ADUFRGS, do Sintrajufe-RS e do SindBancários. São trabalhadoras e trabalhadores junto com vocês, na luta. Procurem os coletivos dos seus sindicatos e, quem não está no sindicato, filie-se. Todo mundo tem direito a ter direitos.”
Ato político, cultura e resistência
A Parada deste ano ampliou sua programação e reforçou seu caráter político diante do aumento da violência contra pessoas LGBTQIAPN+, especialmente mulheres cis, trans e travestis. Organizada por cerca de 20 coletivos, a manifestação reuniu 45 atrações artísticas, serviços públicos, ações de acolhimento e orientação.
A tradicional passeata, marcada para as 15h, ganhou ainda mais força com oito trios elétricos e com a estreia da 1ª Marcha Trans de Porto Alegre, integrada oficialmente à programação da Parada. Durante todo o fim de semana, atividades culturais, rodas de conversa e intervenções artísticas ocuparam a Casa de Cultura Mário Quintana, a Ponte dos Açorianos e a Usina do Gasômetro.
Em manifesto, a coordenação da Parada reforçou o chamado à mobilização:
“Não estamos nas ruas apenas para celebrar, mas para exigir políticas públicas, enfrentar retrocessos e afirmar que nossas vidas importam.”
Reconhecimento histórico
Na semana anterior ao evento, a Câmara Municipal aprovou o projeto que reconhece a Parada Livre como Patrimônio Cultural Imaterial de Porto Alegre, proposta da vereadora Natasha Ferreira (PT). O reconhecimento marca oficialmente o valor histórico, cultural e político da manifestação, que há quase três décadas ocupa as ruas da capital para afirmar vida, diversidade e resistência.
A CUT-RS segue ao lado da comunidade LGBTQIAPN+, defendendo trabalho decente, inclusão, respeito e todas as formas de existir. Porque luta por direitos também é luta por liberdade, dignidade e democracia.
