“Em janeiro de 2024 a defasagem dos nossos salários estará girando na casa dos 35%”, destaca Jairo Bolter.
A última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) terminou nesta segunda-feira (18/12), com a proposta de reajuste salarial de 0% para os servidores públicos federais. A informação foi confirmada pelo secretário de Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Lopez Feijóo.
Para os benefícios, foram apresentadas as seguintes propostas de reajuste: R$ 1.000,00 (51,9%) no vale alimentação; R$ 215 (51%) no subsídio per capita saúde suplementar; e de R$ 484 (51%) no auxílio-creche. A proposta, segundo o secretário, é que os reajustes nos benefícios sejam aplicados a partir de 2024.
A situação é ainda mais grave para os servidores públicos aposentados, uma vez que eles só seriam contemplados com o reajuste no subsídio de saúde complementar, uma vez que não contam com vale alimentação.
Na reunião, o secretário do MGI afirmou que o compromisso do Governo Federal é “conseguir para 2025 e 2026 os mesmos índices concedidos pelo judiciário. Vale ressaltar que, considerando as previsões atuais de inflação, a categoria docente, por exemplo, deve chegar a janeiro de 2024 com 35% de defasagem.
Representantes de diversas entidades sindicais estiveram presentes na reunião. Entre eles, o professor Nilton Brandão, que é presidente da PROIFES-Federação, entidade que reúne sindicatos de docentes de todo o Brasil.
Fonte: PROIFES-Federação
Presidente da ADUFRGS-Sindical contestou 0% de reajuste salarial e vai consultar a base em janeiro de 2024 sobre as próximas estratégias
O presidente da ADUFRGS-Sindical, Jairo Bolter, avaliou que a última rodada de negociação salarial de 2023 foi desfavorável aos servidores públicos federais e não descarta a possibilidade de greve no próximo ano. “Esperamos muito por este momento que infelizmente não foi bom para nós, servidores públicos que amargamos longos anos de desvalorização e desmotivação”, lamentou.
“Em maio de 2023 nos animamos quando conquistamos 9% de reajuste diante uma defasagem salarial de 43% dos últimos seis anos. Na época, além do reajuste salarial tivemos o reajuste no auxílio-alimentação que passou de R$ 458,00 para 658,00. Agora o Governo propõe elevar para R$ de 1.000,00 o auxílio alimentação. Não seria ruim, se não fosse vir casado a uma proposta de zero reajuste salarial em 2024”, considerou.
Bolter pretende aprofundar o debate com a base para definir as próximas ações em prol do reajuste salarial. “Enfim, iremos iniciar janeiro com muita conversa com a nossa base para saber o que fazer e por onde seguir em 2024. Precisaremos de muita mobilização para convencer o Governo e o Parlamento que os servidores públicos precisam de reajuste salarial em 2024. Não podemos aceitar que esse reajuste seja jogado para 2025 e 2026, apenas, como proposto pelo Governo. Diante da situação que nos encontramos se o Governo e o Parlamento não nos concederem reajuste salarial em 2024 não nos restará outra alternativa que não a greve. Em janeiro de 2024 a defasagem dos nossos salários estará girando na casa dos 35%”, analisou.
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