A apresentação foi conduzida pela professora Sônia Mara Ogiba, diretora de Comunicação do Sindicato e coordenadora do GT Educação. Participaram da edição, as professoras Dóris Fiss, da FACED/UFRGS, e Fernanda Paulo, da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), a professora Rosangela G. de Oliveira, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (SINDIEDUTEC) e diretora de Direitos Humanos PROIFES-Federação, e o professor da FACED/UFRGS, Luiz Carlos Bombassaro, orientador do trabalho de pós-doutoramento do professor Balduino , “Emotividade versus razão: Por uma Pedagogia do Coração”.
O presidente da ADUFRGS-Sindical, professor Lúcio Vieira, iniciou a live, fazendo uma saudação especial ao homenageado. “A ADUFRGS completou 43 anos de existência e o professor Balduíno é nosso associado há 41 anos, portanto faz parte da nossa história. É uma honra estar na direção desse sindicato no momento que comemoramos o centenário de Paulo Freire prestando uma homenagem ao professor Balduíno, essa pessoa extremamente importante para a história da educação, pela luta de uma educação inclusiva, pela universidade pública e gratuita”, destacou.
A diretora de Comunicação e coordenadora do GT Educação da ADUFRGS-Sindical, Sônia Mara Ogiba, expressou sua emoção ao relembrar sua trajetória como ex-aluna, colega e amiga do professor Baldô, como é chamado carinhosamente. “Essa é uma noite muito especial, e emociona pensar que nesses 43 anos de existência da ADUFRGS, no início erámos uma Associação de Docentes e depois, em 2088, passamos a ser sindicato, o professor Balduíno tenha estado conosco e comigo, particularmente, desde os anos 70, quando fui sua aluna na Faculdade de Educação da UFRGS. É uma honra compartilhar esse momento da minha história de professora, como colega e amiga do Balduíno. Todos nós que estamos prestando essa homenagem nos consideramos amigos e amigas do Baldô”, declarou.
Na ocasião, a professora Sônia inicia a homenagem em nome da ADUFRGS-Sindical, destacando que vai ler um texto que é mais um composto de afetos e amorosidades e menos um mapa da sua trajetória intelectual, ainda que destaque alguns dos momentos dessa longa trajetória. “É um “patchwork, explica, organizado a partir da concepção Barthesiana de texto e tecido com recortes da infância, filiação e percurso formativo de Balduíno Andreola. Para tanto, Sônia destaca quatro importantes e significativas “Amizades Eletivas” que acompanham Balduino nesse percurso: Paulo Freire, Emmanuel Mounier, Paul Ricouer e Ernani Maria Fiori.
Após concluir a leitura do “texto-homenagem”, que incluiu também vídeos de professores da rede estadual e municipal de educação, portadores de afetos sobre a presença de Paulo Freire em suas vidas de professores, Sônia passou a palavra ao professor Balduino para fazer a sua saudação inicial.
Ao iniciar sua fala, Balduíno, que é professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FACED/UFRGS), agradeceu a homenagem da ADUFRGS-Sindical e dos colegas. “Estou feliz por esse momento. Eu contínuo sendo o menino tímido da colônia perdido na cidade grande”, brincou. “De coração, plenamente a minha saudação ao presidente da ADUFRGS, o Lucio Vieira, e agradecer a toda diretoria da ADUFRGS esse momento de encontro, camaradagem e diálogo de reforçar os laços de amizade e corações unidos, estamos precisando disso no Brasil e no mundo. Tantas coisas construídas através do ódio, da violência, da guerra, é o tempo de pensarmos em um mundo de solidariedade e de amor”, manifestou. “Reconheço o esforço da ADUFRGS e a promoção que faz para seus aposentados com várias atividades”, ressaltou. “Agradeço ainda a Sônia, que lembro dela não apenas como aluna, mas colega de universidade”, e lembro ainda do convite que a ela fiz nos anos 90 para fazer uma palestra em meu nome na Universidade de Caxias, referiu o professor Baldô.
O homenageado citou Mounier para expor suas impressões sobre democracia. “Mounier era contra essa maneira de juntar política à religião. Ele defendia a autonomia, a laicidade, os cristãos que têm que estar presentes nas instituições profanas, da política, da economia, da administração, não misturar as coisas”, observou.
“Em minha tese de doutorado fiz uma aproximação crítica entre Mounier e Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido é um projeto de transformação social. Paulo Freire defende uma nova sociedade de libertação tanto para os oprimidos como para os opressores”, pontuou. “Todas as revoluções da história foi contrapor os oprimidos aos opressores e os oprimidos se transformando nos novos opressores”, concluiu.
Ex-aluna de Doutorado do professor Balduíno, a educadora popular, Fernanda Paulo, comentou sobre uma publicação de 2005 feita por mais de 30 pessoas com artigos, textos e cartas em homenagem ao professor Balduíno. “Baldô é autor da Carta Prefácio do Livro Pedagogia da Indignação (2000) e sugiro que todos leiam essa obra linda”, recomendou.
Dóris Maria Fiss, ex-aluna de Balduíno em seu mestrado na Faculdade de Educação, falou sobre a defesa dos direitos humanos e da democracia com base no legado de Paulo Freire. A professora prestou uma homenagem ao professor Baldô mencionando sua obra Alma Campeira, escrita quando o autor estava fazendo doutorado na Bélgica.
A Roda de Conversa do evento virtual contou com a professora Rosangela G. de Oliveira e o professor Luiz Carlos Bombassaro.
Rosangela fez uma reflexão sobre o momento pandêmico que assola o Brasil e o mundo. “O que nos salvou foi a arte, pois compartilhamos leitura, cultura e saberes. Se não tivéssemos isso, teríamos sucumbido. Precisamos despir a pele do colonialismo e pensar em respeito e solidariedade”, salientou. “Na obra de Baldô percebi o quanto ele traz o encantamento ao transmitir o conhecimento aos seus pupilos. Apaixonar-se deve estar presente na nossa didática profissional na área da educação”, considerou.
Bombassaro discorreu sobre a pedagogia das grandes urgências no contexto atual. “Trata-se de uma pedagogia que leva em conta as emoções. Cito a obra de Freire Educação como prática de liberdade”, pontuou. “As coisas que nos unem à Paulo Freire é a filosofia num sentido mais amplo, a dimensão política das emoções para educação atual”, concluiu. “Precisamos nos unir para enfrentar os grandes problemas.”
O professor Baldô fez um agradecimento especial ao sindicato, organizadores do evento e sua família. “Quero dividir essa homenagem com meus pais, irmãos, filhos e minha esposa. Agradeço aos professores da FACED da UFRGS e a todos vocês”, finalizou emocionado.
Assista a live aqui. https://www.youtube.com/watch?v=zdnB1kbHCYU
Veja alguns comentários durante o chat do YouTube:
Prof. Jairo Bolter – “Parabéns pelo belo e importante momento!!!”
Rui Vicente Oppermann -UFRGS – “Boa Noite a todos e todas, parabéns pela justa e oportuna homenagem ao Professor Balduino, conselheiro e amigo.”
Graciela Quijano – “Presente neste importante evento.”
Liliane Madruga Prestes – “Obrigada ao professor Balduino por compartilhar conosco tantas aprendizagens ao longo de uma trajetória de vida pautada na amorosidade e valorização da vida!”
Altair Alberto Favero – “Parabenizo Adufrgs-Sindical pela bela iniciativa. Homenagear estudiosos de Paulo Freire é um dever moral em tempos de obscurantismo e perseguição ao pensamento crítico.”
César Ferreira da Silva – “linda homenagem e merecida também. grande nome para nossa Educação Popular.”
Prof. Thiago Ingrassia Pereira – “Boa noite. Prof. Balduíno é nossa referência ética, humana e científica. Excelente homenagem!”
Acesse também a aba Centenário Paulo Freire – Memória Freiriana na ADUFRGS-Sindical