Dentro da programação da Campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que iniciou em 25 de novembro e encerra em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ADUFRGS-Sindical gravou um podcast com a diretora de Direitos Humanos do PROIFES-Federação, Rosangela Gonçalves de Oliveira.
Na entrevista, ela defendeu o papel do movimento sindical na desconstrução da cultura racista, machista e homofóbica para superação das diferenças.
Gaúcha de naturalidade, a professora Rosangela também é presidenta do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica Técnica e Tecnológica do Paraná (Sindiedutec).
No viés educacional, a professora considera que a questão dos direitos humanos dentro das universidades avançou teoricamente com a inserção do tema nos currículos escolares. “A prática ainda está longe da teoria. Identificamos ainda em nosso cotidiano ações machistas, homofóbicas, racistas e misóginas, tanto na escola quanto no espaço sindical”, avaliou.
Rosangela destacou o desenvolvimento do GT Direitos Humanos/Etnicidade, Gênero e Sexualidades. “Nosso GT aprofunda esse debate, visando as necessidades dos sindicatos federados e da comunidade em geral. A partir dele, constituímos uma Diretoria de Direitos Humanos na Federação para discutir o tema nos espaços de classe das trabalhadoras e trabalhadores da educação”, salientou.
“O GT de Direitos Humanos cumpre uma tarefa importante diante do momento de desmanche e desconstrução que ocorre no País. Temos um governo que retira direitos com o poder da caneta sem ao menos dialogar com os conselhos responsáveis pela discussão das políticas públicas. Isso impacta nos direitos das pessoas, que são as maiorias minorizadas”, analisa a diretora de DH.
Para ela, o debate sobre direitos humanos nas universidades foi positivo. “Abriu-se uma porta não apenas para quem está na luta sindical, mas para quem discute os direitos humanos, dignidade e trabalho a todos e todas. É importante e acolhedor dialogar com o trabalhador e a trabalhadora dentro das universidades. O GT é um espaço envolvente para discutir política sindical diferenciada com base nos direitos humanos”, ressaltou.
Rosangela refletiu sobre a participação das mulheres nos espaços de poder. “A pauta sindical é historicamente mais masculina. No entanto, avançamos com o aumento do número de mulheres empoderadas ocupando espaços na direção dos sindicatos. Ainda temos poucas mulheres pretas na presidência das entidades sindicais”, ponderou. “Criamos uma rede de acolhimento dentro dos sindicatos para garantir a permanência das mulheres nos espaços de poder em novas gestões”, explicou.
A professora ainda comentou sua experiência como presidenta do sindicato. “Fazemos a direção com um outro olhar. Na diretoria do Sindiedutec temos mais mulheres que homens. Não culpamos os homens. Trabalhamos juntos para descontruir a cultura machista. O machismo também está presente nas mulheres que também reproduzem a cultura machista” referiu.
Para finalizar, Rosangela comentou sobre a Semana dos Direitos Humanos do PROIFES-Federação “Fome não é fake”, que iniciou dia 6 e encerra dia 10 de dezembro.
Saiba mais no site do PROIFES-Federação:
https://www.proifes.org.br/proifes-realiza-semana-dos-direitos-humanos-de-6-a-10-de-dezembro/
Acompanhe o podcast aqui.