Nova reitora deve priorizar diálogo e gestão participativa, defende comunidade acadêmica da UFRGS

Marcia Barbosa foi nomeada para o posto nesta terça-feira (17) e assume a universidade na próxima semana. Em julho, a professora venceu a eleição em uma chapa com Pedro Costa

A atuação de Marcia Barbosa à frente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) deverá ser norteada por diálogo e gestão participativa, pedem integrantes da comunidade acadêmica da instituição.

Nesta terça-feira (17), a nomeação da professora foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Em julho, ela venceu a eleição em uma chapa com Pedro Costa, o novo vice-reitor.

Marcia assumirá o posto no próximo domingo (22), para um mandato de quatro anos. Ela é pesquisadora, professora do Instituto de Física da UFRGS e membro da Academia Brasileira de Ciências.

Atual reitor, Carlos André Bulhões, que ficará no oposto até sábado (21), parabenizou a nomeação.

“Há várias semanas, temos mantido uma transição de muito diálogo e transparência para a adequada continuidade do trabalho em andamento. Desejo sucesso à sua liderança da nossa universidade, fortalecendo o legado que deixamos para a instituição e buscando cada vez mais excelência e resultados para a sociedade gaúcha e brasileira” afirmou Bulhões em nota à reportagem.

Posicionamento similar foi o da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs):

— Estamos à disposição para contribuir com seu trabalho e com as realizações da nossa universidade, como temos feito nestas três décadas de existência da fundação, sempre visando o impacto positivo para toda a sociedade — disse a presidente Faurgs, Ana Rita Facchini.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS informou estar comprometido em “acompanhar de perto” o cumprimento das promessas feitas e em colaborar para que a UFRGS “continue a ser um espaço de excelência acadêmica e respeito mútuo”. Também defende a priorização de um diálogo aberto com os alunos.

— Esta nomeação representa um avanço significativo para a democracia em nossa universidade, refletindo o desejo da comunidade de uma gestão mais participativa e inclusiva — acrescentou Daniel Oliveira, coordenador-geral do diretório.

Para a Assufrgs, sindicato dos técnico-administrativos da UFRGS, a nomeação da professora “reafirma o processo de consulta paritária para eleições de reitores”:

— Esperamos que a nova reitoria reforce a defesa da democracia na UFRGS e que tenha efetivo diálogo com todos os segmentos que compõem a comunidade universitária. Sabemos que a UFRGS só tem a melhorar com uma gestão que mostre capacidade de diálogo e respeito pelas técnicas e técnicos administrativos em educação que a constroem todos os dias — disse Gabriel Focking, coordenador-geral da entidade.

Segundo Jairo Bolter, presidente da Adufrgs, sindicato que representa os docentes, a esperança é de um mandato de diálogo e trabalho coletivo.

— A forma como a atual gestão administrou a nossa universidade prejudicou muito o ambiente administrativo e acadêmico. Não se constrói política de desenvolvimento da universidade em gabinetes e/ou em pequenos grupos. Ampliar o diálogo é fundamental. Acreditamos muito na habilidade da futura reitoria — agrega.

As chapas que participaram da eleição também se manifestaram sobre a nomeação. Liliane Giordani e Carlos Alberto Gonçalves, integrantes da chapa 1 e representantes do Movimento Virada na Consulta, enviaram a seguinte nota:

Com o acúmulo histórico de muitos anos de luta, conquistamos a Paridade na Consulta para Reitoria na UFRGS e baseadas/os/es nessa História que defendemos do final da apuração dos votos à eleição no Conselho Universitário a indicação, nomeação e posse de Márcia e Pedro. O avanço que tivemos nesse pleito nos dá ânimo para almejar a queda das barreiras que impedem a universidade de produzir, difundir e trocar conhecimento de modo pleno e comprometido com as necessidades mais urgentes do nosso povo trabalhador e da população que mais precisa. O Movimento Virada, reafirmando os princípios que balizam suas relações com os segmentos acadêmicos e as entidades representativas da comunidade universitária seguirá atuando pela consolidação de um caminho democrático, com participação de toda comunidade, sem retrocessos. Saudamos a Profa. Márcia e o Prof. Pedro, enfim nomeados pelo governo federal, que terão a árdua e importante tarefa de construir a UFRGS que o Rio Grande e o Brasil precisam.

Leia a íntegra da nota da chapa 2, formada por Ilma Brum e Vladimir Nascimento:

Os candidatos da chapa 2 agradecem a todas as pessoas que apoiaram a proposta apresentada e desejam uma boa gestão à nova reitoria nomeada para a UFRGS. Reiteramos que desejamos uma UFRGS mais unida, defendendo os interesses da nossa instituição e sempre conectada com a sociedade. É nosso dever como servidores desta universidade, sempre colocar a UFRGS em primeiro lugar.

Veja a publicação original em GZH aqui.