O diretor Tesoureiro da ADUFRGS-Sindical, professor Eduardo Rolim, foi o entrevistado desta quarta, 15, no programa Bom Dia, Democracia, da Rede Estação Democracia. A pauta foi o aniversário de 44 anos da entidade, que luta pela educação pública, gratuita e de qualidade para todos/as, com destaque para a união dos docentes ao longo desse tempo.
No programa, o professor fez um histórico da entidade, desde 1978, ainda em meio à ditadura militar, passando pela redemocratização e transformação em sindicato, até os dias de hoje, com seus mais de 3.700 filiados e filiadas. Veja aqui o histórico da entidade.
Eduardo Rolim destacou a união dos docentes ao longo dos 44 anos de ADUFRGS-Sindical. “A união dos professores universitários, que fez criar uma entidade que tem hoje uma força considerável tanto do ponto de vista material, que nos permite apoiar iniciativas e realizar ações solidárias, quanto também permite que esse sindicato tenha a capacidade de propor, de lutar, de defender os professores”, disse o sindicalista.
O tesoureiro informou que, nos últimos três anos, o sindicato apoiou com cerca de R$ 1 milhão ações solidárias, tanto de doações de cestas de alimentos, junto com a Central Única dos Trabalhadores, quanto de insumos e materiais para que as universidades pudessem ajudar na pandemia.
O sindicalista apontou dois períodos como “muito difíceis”, desde que se filiou ao sindicato. “O final dos anos 1990, em que o neoliberalismo grassava no país, e a ideia daquele governo era de transformar nossa carreira em uma carreira baseada em gratificações e desempenho. Eu não tenho nada contra avaliar desempenho, muito pelo contrário. Nós sempre defendemos, e continuamos defendendo processos avaliativos, o mérito do trabalho, a capacidade da gente desenvolver conhecimento e pesquisa. Isso tem que ser efetivamente um produto de relevância social. Mas aquele não era um momento de avaliar mérito, mas de avaliar para dividir, para impedir que os aposentados recebessem reajustes salariais”, relatou.
Rolim acrescentou que o mesmo que ocorreu naquela época está acontecendo agora. “É o que vai acontecer este ano, se concretizar o que o presidente da República está dizendo, que não vai dar reajuste e sim aumento no vale-alimentação, que é bom para quem é professor ativo, do ponto de vista de que vai ter alguns reais para comprar, mas os professores aposentados ganharão zero, pois eles não ganham auxílio alimentação”, exemplificou.
O segundo período mais difícil, afirmou Rolim, foi em 2016, após o golpe, “quando foi imposta, quase manu militari, a Emenda Constitucional (EC) 95”. “Eu estava lá, na Praça dos Três Poderes [em Brasília] no dia em que foi votada a EC 95, e fomos expulsos da praça com gás lacrimogêneo, com militares, com cães, etc, mostrando que os ciclos, de certa maneira, se repetem”, contou o professor, que lembrou que a EC 95 é uma emenda da qual é preciso falar muito. “Se não for revogada, vai destruir o serviço público”, alertou.
Rolim também falou dos pontos positivos. “A principal causa a comemorar é a própria existência do sindicato e a sua capacidade de ação que é devida única e exclusivamente à vontade política dos professores da UFRGS, hoje não mais apenas da UFRGS, também da UFCSPA, IFRS, IFSUL nos seus campi que fazem parte da nossa base. Essa unidade e a força que vem dela é o mais importante a comemorar. As coisas materiais são advindas daí. A luta e a unidade são o destaque”, resumiu.
Acesse a área especial do site da ADUFRGS-Sindical destinada às comemorações dos seus 44 anos: www.adufrgs.org.br/aniversario-44-anos